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Mesmo após desistência de oferta, minoritários da Telemar podem brigar

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado acredita que a reestruturação da Telemar deve gerar disputa entre os acionistas minoritários preferencialistas e os controladores, mesmo depois da desistência da realização da oferta pública secundária. Isto porque há divergência substancial entre os tratamentos dados aos detentores de papéis sem direito a voto e aos investidores de ações ordinárias. Foi utilizado o critério de média das cotações de mercado para estabelecer a relação de troca com as ações preferenciais, enquanto as ordinárias foram avaliadas com base no valor econômico. Com isso, enquanto a fatia das PN no capital total da empresa cairá de 54,6% para 36,3% na companhia resultante, a participação dos controladores reunidos subirá de 14,7% para 31%. Entre as queixas também está o fato de que, mesmo tendo análises diferentes, os acionistas de PN e de ON votarão na mesma assembléia. O controlador somente adotará medidas para bloquear a reestruturação se representantes de 50% mais uma das ações dos minoritários forem contra a proposta. A questão é que esta proporção é difícil de ser obtida, tratando-se de uma companhia tão líquida quanto a Telemar e presente em diversas carteiras de fundos passivos. O analista do Merrill Lynch Maurício Fernandes estima que será preciso que detentores de 65% das ações preferenciais votem contra a operação. Caso contrário, a reorganização seguirá nos moldes propostos. Embora alvo de críticas quase unânimes nesse quesito, os especialistas acreditam que a transação terá seqüência normal. A companhia pretende convocar a assembléia sobre o assunto nas próximas semanas. A dificuldade de acreditar numa modificação da proposta está no fato de a queixa a respeito da assembléia não encontrar justificativa na Lei das Sociedades por Ações. Isto porque não há previsão de realização de encontros separados para cada espécie de papéis. Essa reclamação foi difundida especialmente depois que o fundo internacional Brandes registrou queixa na SEC com esse argumento. O grupo estrangeiro possui 8,7% das preferenciais da operadora, disse que votará contra o projeto da companhia e ainda buscará reunir outros investidores.

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