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Mesmo com alta de 0,5 pp no preço, há espaço para mais queda no juro futuro

O movimento já deve refletir a perspectiva de que o Banco Central possa encerrar o processo de contração monetária na reunião de setembro

Por Denise Abarca e da Agência Estado
Atualização:

O Copom sancionou a aposta que prevalecia na curva a termo de juros ao reduzir o ritmo de aperto da Selic para uma alta de 0,5 ponto porcentual, colocando a taxa básica em 10,75% ao ano. Como esta aposta era majoritária, mas não consensual, é esperado um movimento de ajuste para baixo nos contratos de juros futuros, sobretudo os de curto prazo, uma vez que havia posições montadas também na expectativa de uma nova elevação de 0,75 ponto porcentual. E isso pode ser reforçado pelo consenso na votação. Ainda, o movimento já deve refletir a perspectiva de que o Banco Central possa encerrar o processo de contração monetária na próxima reunião, em 1º de setembro, com uma elevação residual de 0,25 ponto porcentual.

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"Avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 10,75% a.a., sem viés. Considerando o processo de redução de riscos para o cenário inflacionário que se configura desde a última reunião do Copom, e que se deve à evolução recente de fatores domésticos e externos, o Comitê entende que a decisão irá contribuir para intensificar esse processo", disse o Copom no comunicado após a decisão.

"Pelo fato de a decisão ter sido unânime, há probabilidade de as taxas fecharem mais", disse a economista da Link Investimentos Marianna Costa, acrescentando ainda o fato de haver também posições para a aposta de avanço de 0,75 ponto. Marianna afirma que, como havia expectativa de um possível placar rachado na votação, o consenso entre o colegiado reduz a chance da alta do juro no próximo encontro. "Sem dúvida, ganha força a aposta de 0,25 ponto para setembro", diz a economista, para quem chamou a atenção no comunicado a mudança de percepção do BC sobre o cenário prospectivo para a inflação. "Vamos aguardar a ata", finaliza.

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