Os metais básicos negociados na London Metal Exchange (LME) fecharam em queda, enquanto investidores cautelosos esperavam o resultado da reunião de política monetária do Federal Reserve. Analistas afirmaram não esperar mudanças imediatas, mas ficarão atentos a sinais sobre possíveis novas medidas de afrouxamento quantitativo no fim deste ano. Segundo participantes do mercado de metais, houve volumes baixos de negociação antes do Fed e a liquidez deverá ser ainda menor amanhã, com os mercados da China fechados para um feriado nacional que vai durar três dias. Por isso, os metais podem abrir a sessão de quarta-feira com volatilidade, enquanto os analistas estiverem digerindo os comentários do presidente do Fed, Ben Bernanke. "Os mercados vão analisar o tom e a linguagem usados por Bernanke, bem como qualquer sinal sobre um cronograma para a extensão de algum programa de compra de ativos ou outras medidas de estímulo", afirmou Michael Hewson, analista do CMC Markets. O comunicado do Fed deve ser divulgado hoje às 15h15 (de Brasília). Os metais reduziram as perdas da manhã depois que o Departamento do Comércio dos EUA anunciou um aumento de 10,5% nas obras residenciais iniciadas em agosto, contrariando a queda de 0,2% esperada pelos economistas. O cobre em especial é fortemente ligado ao setor imobiliário, já que é usado na construção. Na rodada livre de negócios (kerb) da tarde, o cobre com entrega para três meses negociado na LME fechou em queda de US$ 40,00 (0,52%), a US$ 7.675,00 por tonelada. O chumbo perdeu US$ 20,50, a US$ 2.174,50 por tonelada. O zinco teve retração de US$ 36,00, a US$ 2.142,00 por tonelada. O alumínio recuou US$ 20,00, para US$ 2.174,50 por tonelada. O níquel perdeu US$ 700,00, a US$ 22.350,00 por tonelada. E o estanho caiu US$ 500,00, a US$ 22.950,00 por tonelada. Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de cobre com entrega para dezembro, que é o mais negociado, fechou em queda de US$ 0,0235 (0,67%), a US$ 3,4810 por libra-peso. Participantes do mercado estavam relutantes em apostar no cobre antes da reunião do Fed, dizem analistas. Novas medidas de estímulo devem enfraquecer o dólar, o que aumentaria o preço do metal, já que o torna mais barato para compradores que usam outras moedas. Além disso, o cobre deve continuar encontrando suporte na redução dos estoques e no aumento do déficit na produção, de acordo com operadores. O mercado mundial de cobre refinado tinha déficit de 84 mil toneladas em junho, segundo o Grupo Internacional de Estudo sobre Cobre. No primeiro semestre deste ano, o mercado teve déficit de 281 mil toneladas, em comparação com o déficit de cerca de 15 mil toneladas no mesmo período do ano passado. A demanda mundial por cobre refinado cresceu 12% em junho, ante junho de 2009, graças à recuperação no Japão, União Europeia e EUA, segundo a pesquisa. De acordo com dados do Instituto Internacional de Alumínio, a produção mundial total do metal subiu 0,2% em agosto, em comparação com julho, para 2,061 milhões de toneladas. A produção diária média no mês foi de 66,5 mil toneladas, mais do que as 66,3 mil toneladas diárias produzidas em julho. As informações são da Dow Jones.