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Metais básicos fecham em queda com dados dos EUA

Além de indicadores fracos dos EUA e preocupação com a Grécia, alta da dólar e perdas no mercado acionário influenciaram o movimento

Por Clarissa Mangueira e da Agência Estado
Atualização:

Os contratos futuros dos metais básicos fecharam em baixa na London Metal Exchange (LME), pressionados por uma série de dados fracos divulgados nos EUA e pelas preocupações sobre a dívida da Grécia. A alta da dólar e as perdas registradas pelas ações também influenciaram no resultado dos metais.

 

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Na rodada livre de negócios (kerb) da tarde na LME, o contrato do cobre para três meses caiu US$ 153,00 e fechou a US$ 6.998,00 por tonelada. O chumbo para três meses recuou US$ 70,00, para US$ 2.145,00 por tonelada, enquanto o contrato do zinco para três meses fechou em queda de US$ 88, a US$ 2.115,00 por tonelada. O alumínio para três meses diminuiu US$ 52, a US$ 2.085,00 por tonelada. O níquel para três meses encerrou em baixa de US$ 120, a US$ 20.350,00 por tonelada. O estanho para três meses perdeu US$ 270,00, para US$ 16.700,00 por tonelada.

 

Em Nova York, o cobre para maio negociado na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), caiu US$ 0,0435, ou 1,34%, para US$ 3,2100 por libra-peso, com máxima de US$ 3,2875 e mínima de US$ 3,1660 ao longo da sessão.

 

O inesperado aumento no número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego, na semana até 20 de fevereiro, conduziu as vendas dos metais industriais. O dados se seguiram ao anúncio, na quarta-feira, de que as vendas de casas novas nos EUA foram mais fracas do que o esperado em janeiro, e dos dados divulgados no início da semana que mostraram que a confiança do consumidor americano caiu mais do que o esperado em fevereiro.

 

"As notícias econômicas nos EUA tendem a ser negativas, o que eleva as dúvidas sobre a sustentabilidade da recuperação", disse Will Adams, analistas da BaseMetals. De acordo com os operadores, o mercado resolveu ignorar o anúncio de que as encomendas por bens duráveis subiram 3% em janeiro nos EUA.

 

Adams afirmou que acima de tudo estão as preocupações de que os problemas do déficit da Grécia vão se espalhar pela Europa, e, portanto, a aversão ao risco e a força do dólar também estão pressionando os metais. A divulgação de dados fracos na Europa e nos EUA poderá causar mais realização de lucro através das commodities e esfriar as perspectivas econômicas, disse o analista.

 

No geral, os metais estão "sem direção" agora, destacou Leon Westgate, analista do Standard Bank. "O dólar mais forte está pressionando um pouco os preços, mas o fator principal parece ser uma completa falta de direção. Há muito pouco para entusiasmar o mercado e, como consequência disso, os metais estão à deriva", acrescentou.

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O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, reafirmou nesta semana o plano do banco central americano de manter as taxas de juros baixas, o que é favorável ao investimento nas commodities, mas as preocupações em toda a economia e a possibilidade de a China apertar algumas de suas políticas monetárias estão deixando os investidores avessos ao risco.

 

Entre os metais preciosos, o contrato do ouro para abril negociado na Comex subiu US$ 11,30, ou 1,03%, para US$ 1.108,50 por onça-troy, com mínima de US$ 1.088,50 e máxima de US$ 1.110,00 ao longo da sessão. Os dados econômicos dos EUA, mais fracos do que o esperado, e a continuidade das preocupações com o déficit da Grécia estimularam os participantes do mercado a ver o metal como um investimento seguro. O movimento ocorreu ao mesmo tempo em que as ações registraram perdas, destacou Tom Pawlicki, analista da MF Global.

 

Segundo ele, a mudança do status do ouro, de ativo de risco para investimento seguro, ocorre em meio ao afrouxamento monetário e à inflação baixa no Reino Unido, bem como à alta inesperada dos pedidos de auxílio desemprego nos EUA. As informações são da Dow Jones.

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