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Minoritários da Vale do Rosário preparam reestruturação societária

Por Agencia Estado
Atualização:

O grupo de acionistas minoritários da Companhia Açucareira Vale do Rosário, que irá exercer o direito de preferência sobre a oferta do Grupo Cosan, já prepara o processo de reestruturação da empresa. De acordo com o diretor da Vale do Rosário Cícero Junqueira Franco, no próximo dia 28 de fevereiro (quarta-feira da próxima semana) começa a reorganização societária, quando já estarão definidos os acionistas que irão permanecer na companhia. "Aí vamos negociar com os investidores estratégicos e financeiros que queiram participar dessa segunda fase", disse Franco. O primeiro passo antes do processo de transição será dado na segunda-feira, quando os minoritários interessados em permanecer na Vale do Rosário vão adquirir a fatia de 50,2% em poder dos acionistas que tinham compromisso com a Cosan. No dia seguinte, será a vez de o grupo finalizar a compra da parte dos minoritários que pretende se desfazer de suas posições. Devem permanecer representantes de 20% a 26% das ações, grupo liderado por Franco e por Luiz Lacerda Biagi. "Ainda é incerto quantos serão os 'ficantes', já que alguns minoritários podem se desfazer de parte de suas ações. O que está definido é que exerceremos a preferência sobre os 50,2%", disse Franco. Ele e Biagi já conseguiram uma fiança e um financiamento de R$ 1,35 bilhão junto ao Bradesco para a aquisição do correspondente a 80% da Vale do Rosário, já que a oferta do Grupo Cosan foi de R$ 1,6 bilhão. Franco revelou que, durante o processo de reestruturação societária, os acionistas que permanecerem poderão ampliar sua participação na empresa antes de abrir para a entrada de novos sócios e investidores. No entanto, é certo que o primeiro parceiro da companhia deve ser o Bradesco. "O banco é o principal noivo com o maior dote e vai ter preferência na incorporação societária", explicou o executivo. Em seguida, devem entrar os fundos GG, do ex-ministro Antonio Kandir ,e Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. Há ainda a possibilidade de outros fundos, como o BNDESPar, e outros bancos se tornarem sócios da Vale do Rosário. Após o processo de reestruturação acionária, a Vale do Rosário deve retomar o processo de fusão com a Companhia Energética Santa Elisa, iniciado antes da oferta da Cosan, com a posterior abertura de capital da nova empresa. Nasceria assim a segunda maior empresa sucroalcooleira brasileira, com uma capacidade de processamento de 20 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano, atrás apenas do próprio Grupo Cosan, com 40 milhões de toneladas. A Companhia Vale do Rosário possui usina homônima, em Morro Agudo (SP), parte da Usina Jardest, em Jardinópolis (SP) e o controle majoritário da Usina Frutal, na cidade mineira, cujo processamento deve começar este ano com 700 mil a 800 mil toneladas moídas para uma capacidade máxima de 2,5 milhões de toneladas de cana. A Santa Elisa tem três unidades - Santa Elisa, Vertente e Continental - todas no Estado de São Paulo, e já anunciou investimentos junto com o fundo norte-americano na construção de três usinas em Minas Gerais - Ituiutaba, Campina Verde e Uberlândia - e uma em Itumbiara (GO). Vale do Rosário e Santa Elisa já são sócias na Usina MB, em Morro Agudo (SP), no projeto da Usina Tropical, a ser construída com o Grupo Maeda, em Edéia (GO), e na Crystalsev, uma das maiores tradings de açúcar e álcool do Brasil.

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