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Multibrás oferece programa de demissão a metalúrgicos

Por Agencia Estado
Atualização:

A Multibrás, fabricante de eletrodomésticos controlada pela norte-americana Whirlpool, informou que irá desativar as unidades de cocção de São Paulo e transferir a atividade para Rio Claro, no interior do Estado. A empresa oferecerá aos empregados afetados um programa de demissão, além de suporte à transição e programa de recolocação. Após a assembléia realizada nesta tarde, os metalúrgicos que trabalham na Multibrás (controlada pela norte-americana Whirlpool e detentora das marcas Brastemp e Consul), decidiram rejeitar a proposta de indenização da empresa e ocupar a unidade de fogões, em São Paulo. "Tivemos uma reunião ruim com a empresa. Sentamos para negociar a permanência da produção na capital paulista e a empresa disse que isso não será discutido. Ocupamos a empresa hoje e só sairemos quando houver um entendimento", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Eleno Bezerra. Ele disse que a empresa alegou dois problemas para o fechamento dos postos de trabalho em São Paulo: o acordo do Brasil com a Argentina, que determina um teto de exportações, e o câmbio. "Nos pegaram de surpresa, bem ao estilo norte-americano. Eles (norte-americanos) só pensam em guerra e foi assim que eles pensaram. De forma estratégica, quiseram nos pegar de surpresa", criticou. A questão em pauta é com relação à fábrica do Jardim Santa Emília, localizada na zona Sul da Capital, que produz fogões Brastemp e irá encerrar a sua produção. Em razão disso, 450 funcionários serão demitidos. A fábrica vai se transferir para Rio Claro, no interior paulista, e pretende contratar 450 novos funcionários e receber outros 150 dentre os 450 demitidos da unidade da Capital. A empresa ofereceu como indenização aos demitidos meio salário por ano trabalhado, até um teto de R$ 5.000, além de indenizações previstas por lei. Os trabalhadores recusaram. Segundo Eleno, meio salário não se justifica. "A maioria tem mais de dez anos de casa, portanto não bate com um teto de R$ 5.000", contrapôs. Os metalúrgicos querem, durante doze meses, 1 salário por ano trabalhado, sem teto, além de cesta básica, assistência médica e 200 horas de curso para recolocação profissional. Aos transferidos, o sindicato negocia, ainda, garantia de estabilidade e pagamento de aluguel também durante um ano.

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