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Na contramão do mercado, empresas ignoram a Bolsa

Por Agencia Estado
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Enquanto um número nunca antes visto de companhias brasileiras estréiam na Bolsa de Valores, há um movimento na contramão dessa grande onda. São empresas que têm porte para abrir o capital, vivem franco crescimento e atuam em setores cobiçados por investidores. Mas, ao contrário da maioria, ainda não estão dispostas a vender parte de suas ações, gastar dinheiro para manter uma empresa aberta, dar satisfação aos acionistas ou não querem pressão por retorno. Vista de fora, a Racional Engenharia é uma dessas estranhas no ninho. Apesar de prever faturamento de mais de R$ 500 milhões neste ano, uma receita alta para o setor, ela não está entre as 18 companhias do ramo imobiliário listadas até ontem na bolsa. "Eu fui muito procurado por bancos. Eles diziam que a minha empresa valia entre R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão", diz o engenheiro Newton Simões Filho, que fundou a Racional em 1971, no auge do chamado milagre econômico brasileiro. A principal razão para o desembarque em massa das empresas imobiliárias na bolsa é o acesso ao capital barato. No caso da Racional, dinheiro também faz falta. Simões, no entanto, pretende consegui-lo por meio de alianças com fundos imobiliários. A aliança com fundos pode ser um estágio intermediário do processo. A entrada recente de fundos do GP no capital do Boticário está levando a companhia a montar um conselho de administração, uma das inúmeras exigências feitas às empresas listadas em bolsa. "O Boticário tem estrutura familiar de capital fechado e pretende manter essa condição." A empresa, que tem 2.400 lojas espalhadas pelo Brasil, não precisa da bolsa para financiar seu crescimento. Afinal, o grosso do dinheiro para a expansão vem dos donos das franquias. O Grupo André Maggi, do agronegócio, tem sido procurado por bancos nos últimos dois anos. Até agora, não cedeu ao discurso. "Para continuar como está, a empresa não tem necessidade de abrir capital. A gente ainda precisa saber o que fazer com o dinheiro, se vamos usá-lo para aquisição ou expansão geográfica", diz o presidente do grupo, Pedro Jacyr Bongiolo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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