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Na véspera do Copom, juros futuros têm pouca variação

Após dois dias de altas consecutivas, piora do quadro externo favoreceu estabilidade

Por Denise Abarca e da Agência Estado
Atualização:

O mercado futuro de juros estancou o movimento de alta das duas últimas sessões e encerrou o pregão na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) com as taxas perto dos ajustes de ontem, chegando a arriscar a trajetória de queda durante a sessão. Os contratos futuros de depósito interfinanceiro (DI) passaram por uma correção técnica, que, no entanto, não teve força para empurrar as projeções das taxas para baixo de forma consistente, considerando que a véspera deste encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de apostas tão divididas inspira cautela. E o cenário externo voltou a piorar, o que também contribuiu para frear a formação de novas posições compradas.

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 Ao término da negociação normal da BM&F, o DI com vencimento em junho de 2010 (575.040 contratos negociados) projetava taxa de 9,236% ao ano, de 9,23% no ajuste de ontem; o DI de julho de 2010 (476.270 contratos negociados) projetava 9,505% ao ano, de 9,52% ontem no ajuste; o DI de janeiro de 2011 (515.845 contratos negociados) marcava 10,85% ao ano, de 10,86% ontem; e o DI com vencimento em janeiro de 2012 (197.800 contratos negociados) tinha taxa de 12,19% ao ano, de 12,17% ontem.

 "O mercado deu uma acalmada, pois estava ficando muito assimétrico", afirmou o gestor de renda fixa do banco Modal, Luiz Eduardo Portella, explicando que o aumento das posições prevendo alta da Selic em 0,75 ponto porcentual foi tão forte que esta estava tornando uma opção de graça, sem risco.

 Portella também destacou o papel das novas declarações, de hoje, do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para arrefecer o nervosismo dos agentes. Meirelles disse que a gestão da autoridade monetária não sofreu nenhum tipo de alteração e que seu trabalho continua focado no regime de metas de inflação. "Engana-se quem acha que houve mudança nessa administração. Não houve e não haverá", afirmou, durante cerimônia de posse do novo diretor de Assuntos Internacionais, Luiz Awazu Pereira. Meirelles destacou ainda que o BC trabalha há mais de sete anos sob "critérios técnicos e dentro da autonomia operacional concedida pelo presidente da República". Segundo ele, a ação independente da instituição assegurou a inflação na meta nos últimos anos. "Fazendo com que a surpresa inflacionária passasse a ser cada vez mais parte do passado." 

A piora do quadro externo também favoreceu o alívio na curva. "Lá fora está ficando ruim de novo, o que pode pôr dúvida na cabeça do BC", disse Portella. Os mercados de ações, commodities e de moedas estão sendo pautados pela aversão ao risco depois que a Grécia e Portugal tiveram seus ratings rebaixados pela Standard & Poor's.

 

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