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Novo investidor da Varig pode ser anunciado hoje

Por Agencia Estado
Atualização:

Um novo investidor para a Varig pode ser anunciado hoje, segundo fontes do mercado. Seria um consórcio encabeçado pela empresa Syn Logística, que estaria disposto a investir US$ 400 milhões em dinheiro e à vista. O anúncio coincide com o prazo dado pelo juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig, que pediu ao Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) mais esclarecimentos até ao meio-dia de hoje sobre a oferta de US$ 449 milhões feita no leilão do dia 8 de junho. O TGV, segundo as fontes, poderia pedir prazo igual ao concedido pela Justiça norte-americana, que prorrogou liminar que protege a Varig contra arresto de aviões até o dia 21. A Syn Logística é presidida por José Carlos Rocha Lima, que já foi presidente da VarigLog, da Vaspex e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Lima foi citado na CPI dos Correios. A Varig suspendeu ontem mais 17 vôos, entrando no quarto dia consecutivo de cancelamentos, com 69 no total desde sábado. A empresa informou que isso representa menos de 10% de sua malha diária, de 180 freqüências. Por meio de um comunicado, a Varig informou que a medida teve de ser tomada pela "necessidade de manutenção de alguns aviões". Manobra No mercado, fontes relatam que os cancelamentos de vôos também são uma forma de a Varig escapar do arresto de aviões, evitando passar com as aeronaves sob ameaça pelos Estados Unidos, onde tramita a maior parte dos pedidos de arresto. A empresa estaria usando uma engenharia de substituição de aeronaves nos vôos, mantendo fora do alcance dos arrendadores os aviões visados, como os sete que a americana Boeing conseguiu autorização judicial na Flórida para retomar na sexta-feira passada. A Varig tem 25 aeronaves sob ameaça de arresto, sendo 23 de grande porte usadas em vôos internacionais. Segundo levantamento feito por Sampaio, as arrendadoras que tentam arrestar aviões da Varig são o ILFC (11 aviões), a Boeing (que hoje deve receber 7 aeronaves), a Central Air (5 MD-11), e a Nissho Iwai (2 aviões). Caso perca a proteção contra devoluções de aviões a partir do dia 21 de junho, a companhia aérea praticamente fica sem poder operar no mercado internacional, onde atua com 27 aeronaves. A sua frota total é de 60 aviões, dos quais apenas 42 estão em operação. A análise é do consultor de aviação Paulo Sampaio. Segundo uma fonte que acompanha a crise, "o cerco está se fechando em torno da Varig". A avaliação do executivo é que os credores donos de aviões, que chegaram a aceitar o não pagamento de dívidas durante um período, estão perdendo a paciência e querem seus jatos de volta "de qualquer jeito". "A paciência acabou totalmente, os arrendadores querem ser pagos", disse um executivo de uma das empresas de aluguel de jatos. TAP Em rápida entrevista concedida ontem, por telefone, meia hora antes do jogo do Brasil, o presidente da estatal portuguesa TAP, o brasileiro Fernando Pinto, afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que mantém o interesse pela Varig. Mas explicou que a apresentação de proposta depende da decisão do juiz Luiz Roberto Ayoub sobre a oferta do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig). Pinto esclareceu que uma nova oferta seria feita apenas em consórcio e admitiu que um dos investidores é o fundo de investimentos canadense Brookfield. Disse, ainda, que não está negociando uma associação com o TGV. Na segunda-feira, Fernando Pinto, teve um dia intenso de visitas a executivos da Varig e pessoas que cuidam da sua recuperação judicial, como o juiz Ayoub. O executivo, que presidiu a Varig entre 1996 e 2000, disse que não está no Brasil só para tratar do assunto.

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