
17 de março de 2014 | 10h32
Apesar do bom humor no mercado na manhã desta segunda-feira, 17, que já esperava que o referendo aprovasse a anexação da Crimeia, a expectativa de bancos e corretoras é que esta seja uma semana de volatilidade nas bolsas por conta da crise na Ucrânia e da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que começa amanhã e termina na quarta-feira e será seguida por uma entrevista à imprensa da presidente Janet Yellen.
O referendo que foi aprovado no domingo, 16, na Crimeia não é reconhecido pelos EUA e pela União Europeia. Segundo o Wall Street Journal, os ministros da UE se reuniram ontem em Bruxelas para discutir a situação e em nova reunião hoje adotaram algumas sanções contra autoridades da Rússia e da Crimeia.
Para o economista sênior do TD Bank, Michael Dolega, os próprios dirigentes do Fed devem estar preocupados com a escalada da crise na Ucrânia e o tema deve ser mencionado na reunião desta semana. Mas ele não acredita que o banco central vai interromper o ritmo de redução das compras de ativos. Ele aposta em novo corte de US$ 10 bilhões no ritmo mensal. No caso da crise com a Rússia, Dolega avalia que deve ocorrer uma intensificação das sanções dos EUA e da UE já a partir desta segunda-feira.
Na semana passada, destaca o economista, o índice S&P 500 recuou 2% em meio ao aumento da tensão na Ucrânia e a indicadores fracos da economia da China e praticamente zerou os ganhos de pregões anteriores. Por enquanto, Dolega diz que o banco não prevê uma piora do conflito entre Rússia e o Ocidente, mas destaca que a incerteza vai continuar pesando na confiança e na aversão ao risco dos investidores mundo afora.
Em Wall Street, o indicador mais esperado nesta segunda era a produção industrial de fevereiro, que foi divulgada há pouco e mostrou crescimento de 0,6% em fevereiro ante janeiro. A projeção dos economistas era de aumento de 0,1%. Na região de Nova York, a indústria também mostrou melhora, de acordo com o índice Empire State, calculado pelo Fed. O indicador ficou em 5,6 em março, acima dos 4,5 de fevereiro. Pela metodologia do índice, números acima de zero indicam expansão da indústria.
No mundo corporativo, a Herbalife, que fabrica produtos para emagrecimento, deve seguir no radar dos investidores. As ações registraram queda de 10% na semana passada, após a Comissão de Comércio Federal anunciar que está investigando a empresa, acusada de operar no esquema de pirâmide. Já a Herbalife afirmou que vai colaborar com as investigações, que serão úteis para mostrar o que de fato é a empresa e como funciona. No pré-mercado, o papel recuava 0,11%.
A operadora inglesa de telefonia móvel Vodafone anunciou a compra da espanhola Ono por cerca de US$ 10 bilhões. Na consolidação global do setor, a norte-americana AT&T já tentou comprar a Vodafone. No pré-mercado, o American Depositary Share (ADS) da companhia inglesa subia 1,03% em Nova York. A AT&T ganhava 0,28%.
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