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OCDE: BCE deveria fornecer mais estímulos

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Por Redação
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O Banco Central Europeu (BCE) deveria iniciar um programa ampliado de compras de ativos que poderiam incluir bônus soberanos e de empresas, afirmou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ao alertar que, se novos esforços não forem aplicados, a zona do euro pode ter um período prolongado de estagnação econômica e cair em deflação. A zona do euro, segundo a entidade, está em perigo de estagnação e "constitui um risco importante para o crescimento mundial, tendo em vista que o desemprego permanece elevado e a inflação está persistentemente longe da meta", escreveu Catherine Mann, economista-chefe da OCDE. A OCDE prevê que a economia da zona do euro crescerá apenas 1,1% em 2015 e 1,7% em 2016, mas somente se os governos reduzirem os seus esforços para diminuir os déficits orçamentários e se o BCE fornecer mais estímulo. Sem esse apoio, "o desempenho de crescimento da zona do euro será muito mais fraco", disse a OCDE. "Na zona do euro, e para a economia global também, um apoio monetário intensificado é essencial para o crescimento. Caso contrário, uma inflação ainda mais baixa - ou mesmo deflação - pode estar a caminho", escreveu Mann. O Federal Reserve, o Banco do Japão (BOJ) e o Banco da Inglaterra (BoE) lançaram programas de compras de ativos em grande escala, que são conhecidos como relaxamento quantitativo (QE), e se concentraram em bônus soberanos. Por outro lado, o BCE tem concentrado as suas medidas de estímulo na compra de pequenas quantidades de ativos do setor privado, tais como bônus cobertos e, no final deste mês, bônus lastreados em ativos (ABS). Em entrevista ao The Wall Street Journal, Mann disse que essa estratégia faz algum sentido, dadas as diferenças entre a forma como os mercados de crédito dos EUA e da zona do euro funcionam. Na Europa, há maior dependência em empréstimos bancários e, nos EUA, em vendas de bônus. Mann disse que o BCE poderia expandir inicialmente seu programa de QE com compras de bônus lastreados em ativos (ABS) com rating de crédito mais baixos e bônus corporativos. Se isso não der sustentação suficiente para levar a inflação de volta para a meta do banco central, de pouco menos de 2,0%, faria sentido comprar bônus soberanos, como parte de um programa "ilimitado" de relaxamento quantitativo, disse Mann. "A questão é: será que (compras de títulos privados) podem ser suficientes para expandir o balanço?", questionou. "O que eles precisam fazer é trabalhar na lista de opções e ver onde estarão quando chegarem a bônus governamentais". Fonte: Dow Jones Newswires.

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