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Operadora egípcia faz oferta pela participação do Citi na BrT

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois da oferta de compra da participação da Telecom Italia na Brasil Telecom, a egípcia Orascom Telecom teria firmado, na semana passada, proposta também pela participação do Citigroup na empresa. De acordo com informação obtida pelo Estado, no último dia 15, em reunião em seu escritório em Paris, o dono da Orascom, Nagulb Sawiris, teria oferecido cerca de US$ 400 milhões. Além do executivo Dipak Rastogi, diretor da Área Internacional de Venture Capital do Citi, teria participado do encontro um representante da Angra Partners, gestora de recursos que administra a participação dos fundos de pensão de estatais brasileiras na BrT. Se concretizado, o negócio pode pôr fim ao litígio que se arrasta desde 2000 entre os acionistas da Brasil Telecom e que culminou com um processo na Corte de Nova York. O Citi detém 18,9% da Solpart, holding que controla 51% da Brasil Telecom Participações S/A. No início do mês, o vice-presidente da Telecom Italia, Carlo Buora, confirmou, em Milão, a intenção do grupo de vender participações consideradas não estratégicas, entre elas, a da BrT. Devido a conflito de interesse, os italianos têm de sair da empresa para manter sua participação na TIM. "Vamos sair da Brasil Telecom", afirmou então o executivo, uma semana depois de a Orascom ter tornado público o interesse pela participação da italiana na BrT. Oferta à vista Dona de uma participação de 19,3% na HTIl, operadora de celulares do sudeste asiático, a Orascom está capitalizada pela venda recente de participação na operadora indiana para a Vodafone, por US$ 11,1 bilhões. Tem caixa suficiente para ofertas à vista e em dinheiro, o que pode seduzir os atuais acionistas. O Citigroup já manifestou intenção de sair da BrT. Em 2005, firmou acordo com os fundos de pensão estatais, que se comprometeram a comprar, por R$ 1,4 bilhão a participação do Citi, em caso de fracasso nas tentativas de venda conjunta até novembro deste ano. O preço foi considerado supervalorizado pelo mercado, pelo menos o triplo do valor real, mas os fundos alegaram que tinha sido o mecanismo encontrado para atrair o Citi, que até então estava alinhado ao Opportunity na conflituosa relação societária. Em fevereiro, em Barcelona, ao participar do maior congresso mundial sobre telefonia celular, o empresário Sawiris revelou que estava voltando seu foco cada vez mais aos países emergentes, mas não tinha interesse em mercados pequenos. "Ele disse que queria entrar em mercados grandes e como controlador", disse Eduardo Tudi, do site Teleco. Pelos balanços de 2006, a Brasil Telecom aparece em quarto lugar em receita bruta, entre os grupos de telefonia, com R$ 15 bilhões. Por este critério, são agrupadas as empresas controladas pela mexicana Telmex, do também magnata Carlos Slim, com R$ 24 bilhões; Telemar (Oi) aparece com o maior desempenho individual, com R$ 24 bilhões, e o grupo Telefônica e Vivo, com R$ 37 bilhões. A eventual venda das participações da BrT deve sepultar, mesmo que temporariamente, os rumores de fusão com a Telemar, na qual os fundos de pensão têm participação relevante, embora não integrem o bloco de controle. O processo de fusão não seria uma decisão imediata, pois dependeria de mudanças na legislação. Ontem, em meio aos rumores de novas negociações de compra e venda, as ações ordinárias (ON) da BrT Participações subiram 5,56%; as da Telemar Participações, 4,5%, enquanto o índice Bovespa subiu 2,8%. A briga entre os sócios da Brasil Telecom já envolveu desde acusações mútuas de irregularidades na gestão de negócios até espionagem industrial.

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