
17 de julho de 2013 | 09h24
O centro financeiro britânico, a City, foi surpreendido logo cedo, quando a ata da mais recente reunião de política monetária do BoE anunciou o placar de 9 a 0 contra a adoção de novos estímulos monetários. A surpresa aconteceu especialmente porque os últimos cinco meses foram marcados pela divisão do comitê, com três votos apoiando sistematicamente o aumento da injeção de liquidez via compra de ativos. Para os analistas, era certo que o quadro permaneceria e o BC inglês se preparava para iniciar nova etapa de medidas para tentar ajudar a economia britânica a ganhar velocidade na saída da crise.
Após o susto inicial, economistas parecem menos tensos com o BoE. No fim da manhã em Londres, começam a ser ouvidas análises de que o BC apenas descartou, por enquanto, o aumento do programa de compra de ativos. Outras opções, porém, estão sobre a mesa. "É importante ressaltar que a ata não representa uma virada hawkish no comitê. Os membros permanecem divididos entre adotar ou não mais estímulos. A ata mostrou que eles votaram contra o relaxamento quantitativo este mês para aguardar novos dados", diz o economista do UniCredit, Mauro Giorgio Marrano.
Além de aguardar novos dados, o BoE sinalizou que pode adotar medidas que vão além do reforço do programa de compra de ativos. A própria ata diz que "uma expansão do programa de compra de ativos permaneceu como um das alternativas para injetar estímulo, mas o Comitê deverá analisar outras opções durante o mês". "Portanto, foi sensato não iniciar uma expansão (do volume de recursos) nesta reunião", diz o documento. Em outras palavras, o BC inglês sinalizou que pode adotar medidas diferentes.
"A diferença desta ata na comparação com as anteriores é que a natureza de um eventual estímulo extra agora está em debate. Uma possibilidade era o reforço do programa de compra de ativos, mas o comitê prefere esperar novos dados e tomar uma decisão mais para frente, talvez em agosto, levando em conta outras opções", diz o economista do BNP Paribas, David Tinsley.
Mesmo com a possibilidade de que novas medidas virão pela frente, alguns analistas criticam a comunicação do BC inglês. "As explicações para o placar unânime foram muito pouco convincentes. Por que registrar um placar unânime contra o aumento do relaxamento? O comitê poderia ter repetido o placar de 6 x 3 dos meses anteriores para enviar um sinal dovish ao mercado sem a necessidade de efetivamente adotar essa estratégia", diz o analista do Royal Bank of Scotland, Ross Walker, em nota aos clientes.
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