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Participação estrangeira em títulos do Tesouro é recorde

Por ADRIANA FERNANDES E FABIO GRANER
Atualização:

Os investidores estrangeiros estão comprando como nunca os papéis da dívida interna vendidos pelo Tesouro Nacional, que pagam taxas ainda muito elevadas em comparação às de outros países. Esse movimento de compras "Brasil", que tem ocorrido mesmo com a taxação do IOF para o capital externo, se acentuou em julho e ganhou mais força em agosto, ajudando a diminuir as taxas de juros dos papéis nos últimos leilões com a demanda maior. Segundo o coordenador-geral de operações da dívida pública, Fernando Garrido, a expectativa de que os juros vão cair no futuro motiva o aumento de aquisições por parte dos estrangeiros.Pelo terceiro mês consecutivo, a participação de estrangeiros bateu novo recorde em julho ao atingir 9,54% do total da dívida interna em títulos públicos, que fechou o mês em R$ 1,5 trilhão. São R$ 141,2 bilhões de papéis nas mãos dos estrangeiros. Em junho, os estrangeiros detinham 9,35% da dívida, o equivalente a R$ 139,1 bilhões.O Tesouro atribuiu o aumento do apetite dos investidores externos ao que classificou de "bom momento" para adquirir os papéis brasileiros. Uma combinação de alta rentabilidade proporcionada por taxas de juros elevadas com o risco econômico baixo, garantido pelo comprometimento do governo com a estabilidade. A esse cenário se soma a expectativa, acentuada nas últimas semanas, de que a taxa Selic vai cair mais à frente, depois do movimento de alta recente. Essa certeza garante mais rentabilidade para quem compra títulos prefixados (que têm taxas definidas no leilão) com os juros ainda refletindo uma Selic mais alta.Os papéis prefixados mais longos são justamente os preferidos dos investidores. "Os investidores veem um baixo risco com uma rentabilidade atraente", ressaltou. Segundo ele, o aumento das aplicações dos investidores estrangeiros em títulos públicos, depois da crise financeira, tem sido maior do que nos outros países.

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