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Pequena empresa sofre com aumento no número de golpes

Por Agencia Estado
Atualização:

De janeiro a agosto deste ano, houve um aumento de 6,5% no número de empresas golpistas atuando no mercado brasileiro: foram 792 empresas, 48 a mais do que no mesmo período do ano passado, segundo um estudo da Equifax - empresa de bancos de dados de negócios. "E no segundo semestre, como a economia está mais aquecida, eles costumam atacar mais", alerta o gerente comercial da Equifax, Alexandre Kanbach. Como esses criminosos atacam várias empresas ao mesmo tempo, as pequenas empresas (a maioria entre o total de negócios brasileiros) são alvos muito visados. "Existem golpistas especializados em pequenas empresas, outros em grandes", diz Jaison Vieira, o gerente de Produtos Pessoa Física da Associação Comercial de São Paulo - que também oferece serviços de informação de crédito e negócios a seus associados. "Verificamos um aumento no número de golpes, mas também estamos conseguindo avisar os empresários a tempo: evitamos 42% mais golpes neste ano do que no mesmo período do ano passado." É considerada golpista a empresa que já entra no mercado com a intenção de não pagar pelo que compra. Segundo o estudo da Equifax, a região Sudeste concentra a maior quantidade de empresas mal-intencionadas (são 409), mas muitas estão aparecendo no Sul, devido à facilidade de escoamento de produtos pelas fronteiras com Paraguai, Uruguai e pelos portos. Vieira trabalhou recentemente no caso de uma empresa que teve documentos roubados. "Alguém foi à Junta Comercial, falsificou e copiou a assinatura dos donos do documento roubado. O negócio foi transferido para outra pessoa e outro endereço." Em poucos dias, o "novo dono" já comprava de outras empresas para dar calote. "Ele foi pego porque a mudança e as compras foram descaradas." Perfil Normalmente, golpistas buscam produtos que tenham giro rápido, como alimentos, vestuário, artigos de informática e bebidas. "A maneira de agir da maioria é semelhante", diz Vieira. Primeiro, os golpistas fazem algumas compras com a empresa e, quando ganham sua confiança, dão calote na terceira ou quarta negociação. "Normalmente não pedem desconto e mandam retirar pedidos no local, para ser mais fácil sumir com a mercadoria." Tanto a ACSP quanto a Equifax apontam características comuns no perfil dos golpistas: usam prédios ou salas alugadas, estão há pouco tempo no endereço e passaram por alteração de contrato recente para aumentar sua área de atuação (por exemplo, passar de bar para atacado de bebidas). "O pequeno empresário deve buscar o máximo de informações antes de fechar qualquer compra, especialmente se ela tiver valor acima do que ele está acostumado a vender," diz Kanbach.

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