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Petrobras e Bolívia fazem nova reunião sobre petróleo e gás

Por Agencia Estado
Atualização:

A Petrobras e o governo da Bolívia realizaram hoje uma segunda rodada de reuniões na "reta final" para as negociações dos novos contratos de exploração e produção de petróleo e gás no país vizinho. Segundo informações da Petrobras Bolívia, a reunião começou no meio da tarde e não havia terminado até o início da noite. A expectativa, porém, é que as conversas não fossem concluídas hoje e que novos encontros serão necessários. Um observador próximo às negociações entre La Paz e as petroleiras disse que as empresas esperam para os próximos dias a apresentação da versão definitiva dos contratos. As companhias receberam minutas há pouco mais de um mês e, desde então, vêm apresentando sugestões de mudanças ao governo. A primeira versão era considerada inegociável. A fonte consultada pelo jornal O Estado de S.Paulo disse que já houve avanços com relação ao primeiro modelo de contrato, mas ainda há questões que desagradam os investidores, como a determinação de separar parte da produção para o mercado interno a preços tabelados e a obrigação de seguir programas de investimentos determinados pelo governo. Ontem à noite, o ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, confirmou que os contratos determinarão que as empresas retomem os investimentos "no primeiro dia de vigência". A Bolívia precisa encontrar novas reservas para cumprir o contrato assinado com a Argentina na semana passada, para exportação de até 27,7 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Segundo a fonte, a empresa que não cumprir o plano de investimentos proposto perderá a concessão. "Todo mundo quer ficar na Bolívia, não pelo que já foi investido, mas porque há grandes possibilidades de descobertas e todos os vizinhos precisam de gás", afirma o executivo, para quem os contratos serão mesmo assinados no prazo estabelecido por La Paz, mesmo que as empresas estejam apenas ganhando tempo para negociar. Um dos pontos que mais preocupa as empresas, nesse momento, é a cláusula que indica que qualquer resolução de conflito será feita em La Paz, de acordo com a constituição boliviana. Os contratos atuais apontam fóruns internacionais de resolução de conflitos, que garantem às multinacionais a possibilidade de recorrer a árbitros estrangeiros e, portanto, mais parciais.

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