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Petrobras perdeu R$ 370 milhões na Venezuela em 2006

Por Agencia Estado
Atualização:

Os negócios da área internacional da Petrobras impactaram fortemente os resultados da empresa em todo o ano passado e especialmente o quarto trimestre, segundo o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa. Ele informou que os resultados da companhia no exterior caíram de R$ 1,45 bilhão em 2005 para R$ 350 milhões em 2006, volume 76% menor. As principais razões apontadas por Barbassa hoje, em entrevista à imprensa, foram as mudanças nas regras dos contratos na Venezuela, onde a Petrobras detinha 100% das ações de campos exploratórios e passou a ter 40%. Essa alteração representou uma perda de receita de R$ 370 milhões. Além disso, segundo Barbassa, o aumento dos impostos na Bolívia, desde o decreto de nacionalização das reservas naquele país, em maio do ano passado, fez com que a Petrobras elevasse a contribuição com royalties e tributos em mais R$ 210 milhões. Com isso, o lucro bruto da companhia na Bolívia, que era de R$ 261 milhões em 2005, passou para R$ 57 milhões em 2006. No total, a Petrobras passou a pagar em 2006 R$ 1,2 bilhão em tributos, royalties e participações especiais no exterior, frente a R$ 719 milhões em 2005, o que representa uma elevação de 67% de um ano para outro. De acordo com Barbassa, os resultados internacionais também foram impactados por um antigo contrato de hedge com a empresa boliviana Andina, que foi suspenso com o decreto lançado pelo governo local boliviano no ano passado. O diretor explicou que a Petrobras, em 2005, havia previsto que o contrato traria à empresa um ganho de R$ 400 milhões com este contrato em 2006, o que não se consolidou. Na verdade, o contrato se reverteu em um prejuízo de mais R$ 170 milhões. "Na prática, nossa perda efetiva foi desses R$ 170 milhões, mas nos números, contabilizamos quase R$ 600 milhões de perdas, considerando os R$ 400 milhões provisionados como receita no ano anterior", disse. Também contribuíram para impactar os resultados da Petrobras no exterior, o aumento de despesas gerais e administrativas, principalmente na Argentina, "onde os salários subiram mais do que a média", segundo Barbassa, além de despesas com empresas adquiridas no Uruguai, Paraguai, Colômbia e Estados Unidos. O diretor ainda comentou que as perdas no setor internacional foram compensadas pela recuperação de gastos exploratórios na Nigéria, de R$ 69 milhões, e recuperação de créditos fiscais no Equador, no montante de R$ 85 milhões.

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