O analista da Sucden em Londres, Andrey Kryuchenkov, acredita que o petróleo tem fôlego para subir mais e que o mercado seguirá apertado nos próximos dois a cinco anos. Segundo ele, é difícil prever quando estará totalmente normalizado, tendo em vista que os investimentos no setor levam vários anos para maturação. Ouça a entrevista Ele descarta, no entanto, que a commodity chegue a US$ 200, como projetam alguns economistas. "O caminho para US$ 200 é longo demais. Teremos mais altas, mais não para esse nível", disse. Tampouco espera que a commodity ceda a ponto de ficar abaixo de US$ 100. Para ele, o petróleo deverá oscilar este ano entre US$ 110 e US$ 140. "É possível alguma correção, mas a demanda continuará forte", comentou. O recuo recente das cotações do petróleo se deveu, principalmente, ao fortalecimento do dólar ante outras moedas, avaliou o analista. "Para alguns investidores, o dólar mais forte foi uma boa desculpa para realizar lucros. Mas deveremos ter um suporte importante do petróleo em US$ 125 e US$ 126 o barril", disse. Segundo o analista, a esperada pausa do Federal Reserve (Fed) nos cortes de juros, atualmente em 2%, na reunião dos dias 24 e 25 de junho deve segurar a desvalorização do dólar e com isso também a alta do petróleo. "Parece que o dólar chegou ao seu limite mais baixo ante outras moedas. Mas se o Fed resolver cortar os juros de novo, o dólar poderá enfraquecer mais", comentou. Kryuchenkov disse ainda que a crise nos Estados Unidos deverá se refletir em uma demanda menor nos próximos meses na temporada de verão, período em que normalmente havia um aumento nas viagens e uso da gasolina. "Os americanos poderão dirigir um pouco menos na temporada de verão, mas isso não deve ter impacto significativo nos preços de petróleo", concluiu.