Os contratos futuros de petróleo seguem em alta, porém abaixo das máximas em dois anos e meio atingidas na sessão de ontem, já que as preocupações com uma deficiência na oferta da commodity em consequência da crise na Líbia começaram a diminuir. "O mercado está percebendo que há oferta suficiente para lidar com os problemas na Líbia", afirmou Christophe Barrett, analista de petróleo do Credit Agricole.
Estima-se que cerca de 75% da produção de petróleo da Líbia tenha sido interrompida, enquanto oposicionistas se manifestam contra o regime de Muamar Kadafi. No entanto, as refinarias europeias que usam o petróleo líbio provavelmente buscarão abastecimento em outras fontes da região, como Argélia e Azerbaijão.
Além disso, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) podem aumentar a produção para compensar uma eventual deficiência. A Arábia Saudita, os EUA e a Agência Internacional de Energia (AIE) afirmaram que as ofertas globais são adequadas, mesmo sem a produção da Líbia. Ontem, a AIE disse estimar que a crise na Líbia tenha removido do mercado menos de 1% da produção global de petróleo.
Às 9h51 (de Brasília), o contrato do WTI para abril subia 0,40% na Nymex, para US$ 97,69 por barril, depois de ter chegado a US$ 103 por barril ontem. Na ICE, o contrato do brent para abril avançava 0,91%, para US$ 112,37 por barril, longe do patamar de US$ 120 por barril atingido ontem.
Outro fator que ajudou a limitar a alta do petróleo foi o relatório sobre estoques divulgado ontem pelo Departamento de Energia dos EUA. Segundo o DOE, os estoques aumentaram mais de 800 mil toneladas na semana passada. No Oriente Médio, os estoques cresceram graças a uma maior importação do Canadá, de acordo com Stephen Schork, diretor de consultoria para petróleo do Schork Group. As informações são da Dow Jones.