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PIB deve puxar bolsas para o alto na abertura

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Por Altamiro Silva Junior (Broadcast) e CORRESPONDENTE
Atualização:

As bolsas norte-americanas devem iniciar o pregão da chamada "superquarta-feira" sem rumo claro, sinalizam os índices futuros. Depois da surpresa com os números do Produto Interno Bruto (PIB) e do relatório de emprego ADP, ambos batendo as estimativas de Wall Street, a expectativa agora é para o comunicado da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que será divulgado às 15h (de Brasília). Às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro perdia 0,05%, o Nasdaq recuava 0,10% e o S&P 500 tinha alta de 0,05%.Indicadores econômicos acima das previsões, que indicam economia mais aquecida do que o esperado e antes animavam os mercados, agora são vistos por Wall Street como mais um sinal de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) está perto de reduzir o ritmo de compras de ativos. Por isso, têm trazido volatilidade aos preços. O dia agitado para Wall Street, e para o mercado financeiro mundial, começou com a divulgação do relatório ADP, que mede a criação de vagas de emprego no setor privado. Em julho, foram criadas 200 mil vagas, ante expectativa de 183 mil postos projetados pelos economistas. Apesar de não ter correlação forte com o relatório do Departamento de Trabalho, que sai na sexta-feira, 2 de agosto, os números do ADP são usados para sinalizar tendências do mercado de emprego. O Deutsche Bank fala que, historicamente, a diferença entre o ADP e o payroll tem ficado em cerca de 70 mil vagas, para mais ou para menos. Com base nos números de hoje do ADP, a leitura inicial é de que o emprego teve um bom mês em julho. O RBC Capital Markets projeta que serão anunciados a criação de 190 mil postos na próxima sexta-feira, basicamente todas criadas pelo setor privado, já que o governo tem cortado vagas nos últimos meses por conta da redução do orçamento em meio aos cortes automáticos de gastos públicos. O RBC projeta a redução de cinco mil postos pelo governo em julho.Também foi divulgada nesta quarta-feira, 31, a primeira leitura do PIB dos EUA do segundo trimestre, que mostrou expansão de 1,7% no período, acima do esperado por Wall Street, que previa alta de 0,9%, de acordo com consenso calculado pela Dow Jones. Entre os destaques está a alta de 5,4% nas exportações e de 9% nos investimentos. Ao mesmo tempo, o PIB do primeiro trimestre foi revisado para baixo, de 1,8% para 1,1%. Ou seja, ao contrário do que se falava, a economia norte-americana não se desacelerou do primeiro para o segundo trimestre. "Enquanto o PIB é útil em dizer para onde a economia foi, o indicador não diz muito sobre para onde as coisas estão indo", avalia em um comentário a clientes o principal economista e estrategista da Raymond James, Scott Brown. Por isso existe interesse em outros indicadores mais recentes, sobretudo o do setor industrial, que parece ensaiar recuperação em ritmo maior.Logo depois da abertura do mercado, às 10h45 de Brasília, será divulgado o índice dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) de Chicago de julho. O indicador deve ajudar a ter uma melhor avaliação do setor manufatureiro, já que o Meio-Oeste norte-americano concentra boa parte da indústria automobilística e sua cadeia produtiva, além da produção de maquinaria e equipamentos. A equipe de economistas do HSBC projeta recuperação no indicador, refletindo o reaquecimento das vendas de veículos. A expectativa é que fique em 53, acima dos 51,6 de junho. Maio ainda segue como um mês recente de pico para o índice, que atingiu 58,7. Depois dos indicadores econômicos será divulgado, na tarde desta quarta-feira, 31, o comunicado da reunião de dois dias do Fomc. Wall Street não espera mudanças na política monetária do Fed e nem anúncios, já que a reunião não será seguida de entrevista à imprensa e, historicamente, reuniões seguidas de coletiva a jornalistas costumam concentrar divulgações mais importantes. A expectativa maior é em relação ao comunicado, para avaliar qualquer mudança no conteúdo ou no tom da mensagem dos dirigentes do Fed em busca de maiores indícios sobre os rumos futuros da política monetária. Wall Street espera que o Fomc também reforce a dependência do Fed dos próximos indicadores da economia para mudar sua estratégia de estímulos monetários. "Dados, mais do que datas, vão determinar mudanças na política do Fed", avalia o vice-presidente executivo e estrategista da gestora Pimco, Tony Crescenzi, em um artigo.No mundo corporativo, empresas importantes divulgam resultados financeiros, antes ou depois da abertura do mercado. Entre elas, a bandeira de cartões MasterCard, os conglomerados de comunicação CBS e Comcast e a MetLife, maior seguradora de vida dos Estados Unidos. Entre as companhias que já anunciaram seus números, a MasterCard divulgou aumento de 21% no lucro, para US$ 848 milhões no segundo trimestre, superando as previsões dos analistas. A receita somou US$ 2,1 bilhões, aumento de 15%. No pré-mercado, a ação subia 3,38%.Já o Facebook ainda colhe os frutos dos resultados divulgados na semana passada e que surpreenderam os analistas de tecnologia, com lucros e receitas acima do previsto. A novidade desta manhã é que a ação da rede social subia 0,96% e chegava no pré-mercado ao nível de US$ 38, o preço que o papel foi vendido na abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) da empresa em maio de 2012. Desde aquele momento, a ação vinha só caindo, com os investidores frustrados com os números da empresa. Mas desde a última quarta-feira, quando o Facebook anunciou seu balanço trimestral, o papel já subiu 40%.

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