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Piora no exterior eleva projeções dos juros na BM&F

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados financeiros pioraram esta manhã no exterior, com aumento da tensão geopolítica no Oriente Médio após o ataque de Israel no Líbano e o preço do petróleo renovando recordes de alta. Não há como fugir de uma reação negativa aqui e isso está claramente desenhado nas projeções de juros dos contratos futuros negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). O juro do contrato de DI (depósito interfinanceiro) de vencimento em janeiro de 2008, o mais negociado na BM&F, subia para 14,93% ao ano às 10h05, ante fechamento ontem a 14,87%. As taxas dos contratos longos tendem a ser mais afetadas pelo risco externo - que implica movimentos defensivos principalmente por parte de investidores estrangeiros, mais concentrados nestes vencimentos. Os contratos mais curtos devem se manter estáveis, colados à perspectiva de queda da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual na reunião da semana que vem do Banco Central. O leilão de títulos prefixados do Tesouro Nacional pode ser afetado hoje pelo cenário externo, com aumento de prêmio pedido pelas instituições financeiras para os papéis mais longos. Israel confirmou hoje que impôs bloqueio naval e aéreo ao Líbano, após ter bombardeado o aeroporto internacional de Beirute ontem. São medidas para pressionar o governo do Líbano a conter as ações da guerrilha Hezbollah, que seqüestrou dois soldados israelenses. O Hezbollah, por sua vez, ameaçou atacar com foguetes a cidade portuária de Haifa, uma das principais de Israel, se os ataques israelenses atingirem Beirute e subúrbios ao sul da capital do Líbano. Por conta disso tudo, o petróleo, que já vinha em alta, pressionado pela demanda mundial, bateu recorde nas negociações eletrônicas na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), chegando a US$ 75,89 por barril (contrato para agosto). Se os mercados internacionais já estavam preocupados com possíveis efeitos da desaceleração econômica dos EUA nos alertas e balanços das empresas, além dos indicadores de inflação que ainda não deram sinais de trégua, agora têm mais motivos para manter o humor em baixa.

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