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Portugueses e espanhóis brigam pelo controle da Vivo

Por Agencia Estado
Atualização:

A briga entre espanhóis e portugueses pelo controle da Vivo se tornou pública. Maior operadora celular do País, a Vivo é uma joint venture entre a Portugal Telecom e a espanhola Telefónica. As duas empresas anunciaram que querem comprar a participação do sócio. Para combater a oferta hostil da Sonaecom, a Portugal Telecom buscou ajuda de Carlos Slim Helú, dono da Telmex, da Embratel e da Claro, principal concorrente da Telefónica na América Latina. Slim tem cerca de 4% da operadora portuguesa e o grupo espanhol quase 10%, sendo o maior acionista da operadora. A Telefónica esperava que a oferta hostil da Sonaecom pela Portugal Telecom tivesse sucesso e que, com isso, pudesse comprar a parte dos portugueses na Vivo, usando como pagamento sua participação na operadora portuguesa. No dia 1º, César Alierta, presidente da Telefónica afirmou que compraria a Vivo "por um preço justo". Depois de rejeitarem a oferta da Sonaecom, os portugueses também se declaram compradores. "Há um comprador natural (para a Vivo), somos nós", disse ontem ao canal português de televisão TVI o presidente da Portugal Telecom, Henrique Granadeiro. Nos últimos meses, há comentários de mercado de que a relação entre os sócios da Vivo vem se deteriorando, mas agora a briga se tornou pública. Na sexta-feira passada, a Portugal Telecom rejeitou alterar seu estatuto, que limita em 10% a participação de investidores de telecomunicações. A decisão inviabilizou a oferta de 11,8 bilhões da Sonaecom, braço de telecomunicações da Sonae. A Telefónica tinha votado a favor da proposta da Sonaecom. Na sua estratégia de defesa contra a oferta hostil, a Portugal Telecom enviou à Cidade do México, há três semanas, seu vice-presidente, Zeinal Bava, para buscar apoio de Carlos Slim Helú. Segundo o jornal português Público, Slim aceitou se posicionar contra a proposta da Sonaecom, contrariando os planos da Telefônica. A Claro, que pertence a Slim, é a terceira maior operadora celular do Brasil. O jornal fala da possibilidade de Slim substituir a Telefónica como investidor estratégico na Portugal Telecom, como conseqüência dos atritos entre Granadeiro e a cúpula da Telefónica. A Vivo enfrentou, nos últimos dois anos, uma crise que combinou perda de participação de mercado e prejuízos crescentes. Em meados de 2005, o português Francisco Padinha foi substituído pelo brasileiro Roberto Lima no comando da operadora, que, no último trimestre do ano passado, começou a dar sinais de recuperação. O controle da Vivo é essencial para a estratégia da Telefónica no Brasil, por causa da operadora fixa de São Paulo. Outras companhias, como a Telemar e a Brasil Telecom, começam a oferecer serviços convergentes de telefonia fixa e móvel, o que é difícil para a empresa fazer hoje tendo somente 50% da Vivo. O grupo mexicano tem telefonia fixa com a Embratel e a Net e móvel com a Claro, e já anunciou que planeja fazer pacotes comuns. Para a Portugal Telecom, a Vivo é importante por estar no único mercado em crescimento entre os que atua. "A venda da Vivo tornaria a Portugal Telecom mais vulnerável a uma aquisição", afirmou Luis Minoru Shibata, diretor-geral para a América Latina da consultoria Yankee Group. "Se vender a Vivo, a Portugal Telecom ficará com um caixa enorme, meio sem opção", disse a analista Luciana Leocádio, da Ativa Corretora. A operadora portuguesa já estudou, no passado, comprar uma participação na Telemar, mas achou o preço alto. "A compra da Vivo traria até vantagens fiscais e tributárias para a Telefónica", apontou Felipe Cunha, chefe de Análise da Brascan Corretora. Com informações de agências internacionais.

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