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Presença de brasileiros no mercado indiano ainda é tímida

Por Agencia Estado
Atualização:

Até onde se tem notícia, quatro empresas brasileiras se instalaram na Índia até agora. A primeira a se aventurar foi a catarinense Weg. A subsidiária da maior fabricante de motores elétricos da América Latina foi aberta há dois anos, em Bangalore, inicialmente para vender motores e geradores de energia para pequenas centrais hidrelétricas. O sistema elétrico é uma das maiores precariedades da Índia. Os blecautes de energia são constantes nas cidades. "A Índia é um mercado crescente que interessa muito a nós. As vendas até agora foram bastante positivas", diz Décio da Silva, presidente da Weg. "Nós temos sete funcionários e a tendência é aumentar esse quadro." Estradas e a frota de veículos são outros problemas graves. A modernização está acontecendo aos poucos. A gaúcha Marcopolo quer lucrar com essa deficiência. Em maio, anunciou uma joint venture com a gigante indiana Tata Motors para a montagem e venda de ônibus rodoviários, urbanos, mínis e microônibus. A fábrica deve entrar em operação em maio de 2007. A Marcopolo prevê faturar US$ 100 milhões no primeiro ano de venda. No começo do ano, a Vale do Rio Doce se juntou a essa turma ao abrir um escritório comercial no país. A empresa já mandou um executivo, Paulo Bergman, para cuidar da filial enquanto aguarda concessão para explorar minas no território indiano. A investida mais recente partiu da Stefanini. Em agosto, a empresa de serviços de tecnologia abriu escritório no pólo tecnológico de Hyderabad, onde há conexão de banda larga, vários quarteirões a prova de blecaute e aluguéis subindo até 1.000% em dois anos. A Stefanini quer ser a base indiana dos seus clientes globais. O escritório tem 15 funcionários, todos indianos recrutados pelo único brasileiro da filial, Ricardo Bendoraitis. "Foi relativamente fácil contratar essa turma. A Índia está cheia de bons programadores. Na primeira semana, recebemos mil currículos. O maior trabalho foi checar se eram verdadeiros ou não. Falsificar currículos é muito comum na Índia", diz. A Stefanini recebeu algumas vantagens fiscais para se instalar no país. "A Índia é um país burocrático, mas facilita as coisas para algumas áreas de negócios", diz Marco Stefanini, presidente da companhia. A empresa deve ter descontos de 15% em impostos. "Ao contrário do Brasil, o país é sedento por investimentos."

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