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Produção de caminhões deve cair 19,8% no ano

Por Agencia Estado
Atualização:

A produção de caminhões no Brasil deve totalizar 98,3 mil unidades em 2006, segundo a média de projeção das seis principais montadoras instaladas no País, o que representa uma redução de 19,8% em relação ao registrado em 2005. Os números levam em conta as previsões da Scania, Ford, Daimler-Chrysler, Iveco, Volkswagen e Volvo. Para 2007, a previsão é de manutenção do volume, em 98,9 mil unidades. A média das projeções das montadoras indica ainda vendas internas totais de 70 mil unidades em 2006, volume 12,8% menor que o registrado no ano passado, quando 80,3 mil unidades foram para o mercado doméstico. Para 2007, a previsão é de uma pequena melhora, para 71,5 mil caminhões. Para as exportações, a média das projeções das seis companhias indica um total de 29 mil unidades, com recuo de 32% sobre o ano anterior. Para o ano que vem, a tendência é de manutenção do ritmo de queda, com um volume de 27,4 mil unidades. Os números foram divulgados hoje pelos executivos das empresas durante seminário sobre perspectivas realizado pela Autodata. Segundo as empresas, a falta de linhas de financiamento adequadas, principalmente para o caminhoneiro autônomo, é um dos fatores que prejudica o desempenho do setor. De acordo com o diretor de operações de caminhões da Ford para a América do Sul, Flavio Padovan, apesar dos avanços do Pró-caminhoneiro, do BNDES, a linha ainda não é suficiente para alavancar as vendas, com destaque para os motoristas autônomos. O executivo acredita que a isenção de impostos para a venda de caminhões, a exemplo do que ocorre para os táxis, seria uma boa solução para incrementar as vendas do setor. "A renovação da frota contribuiria ainda para a redução da poluição e do índice de acidentes nas estradas", avalia. O executivo nega, no entanto, que uma proposta nessa linha esteja sendo negociada com o governo. O diretor-geral da Scania para a América Latina, Christopher Podgorski, explica que o Pró-caminhoneiro beneficia basicamente o grande frotista e não os profissionais autônomos, categoria que responde por 40% a 45% da frota circulante no País. O presidente da Iveco para a América Latina, Jorge Garcia, lembra que a idade média da frota brasileira é de 15 anos, ante uma média de 8 a 9 anos da frota na Europa. De acordo com o CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes, com o objetivo de alavancar as vendas para profissionais autônomos, a empresa acaba de fechar uma aliança com o Banco do Brasil para a linha Pró-caminhoneiro aos seus clientes. A grande diferença é que o banco aceitará o caminhão como seguro do crédito. Segundo o executivo, a expectativa é de registrar um incremento de no mínimo 10% das vendas por conta da parceria.

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