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Projeções para a inflação em 2006

O economista projeta que o grande destaque para o recuo estimado da inflação em 2006 virá da esperada queda dos preços administrados.

Por Agencia Estado
Atualização:

A inflação oficial de 2005 fechou o ano em 5,7%, praticamente 2 pontos percentuais abaixo da verificada no ano anterior (7,6%). Mas e quanto aos prognósticos para este ano? A nossa projeção indica variação próxima de 4,7% - a meta do Banco Central é de 4,5%. Nossos cálculos supõem a manutenção dos cortes na taxa Selic (entre 15% e 15,5% no final do ano) e desvalorização moderada no câmbio (dólar entre R$2,40 e R$2,50 em dezembro). O grande destaque para o recuo estimado em 2006 virá da esperada queda na inflação dos preços administrados: sua contribuição sobre a inflação será 1,3 ponto percentual inferior à de 2005. Portanto, toda a queda projetada para 2006 decorrerá da menor inflação dos preços administrados, o que indica que a busca pela meta de inflação exigirá menores esforços em termos de política monetária. Já para a inflação dos preços livres, esperamos uma elevação de 0,3 ponto percentual na contribuição sobre o IPCA, sobretudo por conta de uma provável recuperação nos preços dos alimentos. Inflação dos preços administrados Nossa expectativa é que a inflação dos preços administrados recue para 4,7% neste ano, contra 9% no ano passado. A queda da inflação dos preços administrados será determinada por menores reajustes para energia elétrica, telefonia, água e esgoto, transporte público, além de combustíveis. Menores reajustes em energia e telefonia serão garantidos pelo forte recuo observado nas variações dos IGPs em 2005 (saindo de variações acima de 12% em 2004 para 1,2%), pois estes índices balizam os reajustes dessas tarifas. Por conta disso, avaliamos que as tarifas de energia e de telefonia apresentarão reajustes próximos de 3%, contra 8% e 7% em 2005, respectivamente. Para transporte público e saneamento básico, projetamos variações próximas de 6%, bem abaixo dos 12% e 13% de 2005. No caso específico do transporte público, destacamos que o forte reajuste nas tarifas de ônibus urbanos resultou de uma correção nos preços - em 2004, algumas prefeituras, por conta das eleições, mantiveram as tarifas sem reajuste. Já quanto aos maiores reajustes nas taxas de água e esgoto observados no ano passado, houve reposição tarifária em algumas capitais sob a forma de aumentos mais expressivos nas faixas de consumo superiores. Para a gasolina, trabalhamos com a hipótese de ausência de reajustes ao longo de 2006, contra alta de 8% em 2005. Consideramos que os preços no mercado internacional deverão manter-se mais ou menos estáveis. Inflação dos preços livres Nossa previsão é que a inflação dos preços livres suba para 4,8%, contra 4,3% do ano passado. Por trás dessa projeção, imaginamos que o grupo alimentação venha a apresentar variação próxima de 4%, contra os 2% de 2005. A alta na taxa dos alimentos nos parece compatível com uma trajetória de desvalorização moderada da taxa de câmbio ao longo do ano. Para o subgrupo alimentação no domicílio, esperamos que a variação suba de 0,6% em 2005 para 3,5% em 2006.

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