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Protesto e queima de calçados reúnem 3 mil em Franca

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 3 mil pessoas participaram hoje de um protesto organizado pela indústria calçadista de Franca (SP), que culminou com a queima de tênis e sapatos na praça central da cidade paulista, um dos principais pólos de produção de calçado masculino do País. Os empresários pretendiam queimar cerca de mil pares que chegaram a ser amontoados no local do protesto, mas optaram por colocar fogo em apenas 50 pés de sapato após o pedido das autoridades ambientais da cidade. Outros 1,5 mil pares foram doados para entidades assistenciais e serão vendidos em uma feira beneficente. Os empresários da cidade criticam, principalmente, a valorização cambial, que afirmam tirar concorrência do produto nacional no exterior e incentivar a entrada de similares mais baratos chineses. "O principal problema é o dólar. Essa política do governo gerou a maior crise que eu vi em mais de 40 anos dentro do setor calçadista", disse o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (Sindifranca), Jorge Donadelli. A entidade irá encaminhar a todos os candidatos a cargos majoritários no Estado de São Paulo e no Brasil a "Carta aberta de Franca", lida no protesto. A "Carta aberta de Franca" informa aos políticos qual seria a situação ideal para o setor e dá sugestões ao governo para atingi-la. Para o segmento, o dólar ideal, hoje abaixo de R$ 2,20, seria de R$ 2,70, cotação que poderia ser atingida, argumentam, por meio de mudanças na política cambial. A indústria pede ainda o aumento da alíquota de exportação do couro para evitar que países concorrentes importem a matéria-prima mais barata e depois exportem o calçado pronto para o Brasil. O documento critica ainda a falta de atenção, por parte dos políticos, para reuniões solicitadas e a liberação dos créditos de exportação sobre o ICMS estadual recolhido. "Infelizmente há uma boa promessa e um péssimo atendimento por parte dos governantes; estamos abandonados", disse Donadelli, ao lembrar que já reclamou da situação em reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

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