
28 de julho de 2011 | 10h17
Além disso, o fato de o governo ter deixado medidas em aberto, ou seja, que poderão ser usadas ou ampliadas quando julgar necessário, acaba sendo um inibidor para os investidores. "As ferramentas que permitem a atuação do BC a qualquer momento deixa o investidor inseguro e isso pode ser um limitador de queda (do juro futuro). Ninguém quer jogar um jogo onde as regras podem ser mudadas a qualquer momento, isso não é legal", afirma Fernando Vieira.
Medida Provisória divulgada no Diário Oficial da União hoje autoriza o Conselho Monetário Nacional (CMN) a definir regras específicas para as negociações no mercado de derivativos e a tributar com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de até 25% sobre o valor dessas operações, além de exigir margens adicionais, caso considere necessário, sobre as operações com derivativos. A tributação, de acordo com um decreto também editado hoje, começa com alíquota de 1% de IOF sobre a posição vendida líquida que exceder US$ 10 milhões.
Na BM&F, o DI futuro com vencimento em janeiro de 2012 (167.620 contratos negociados) fechou estável em 12,47% ao ano, enquanto o DI de janeiro de 2013 (144.535 contratos), marcou 12,68%, de 12,67% no ajuste de ontem. A projeção do DI de janeiro de 2014 (64.760 contratos) subiu de 12,72% para 12,74% ao ano. Nos prazos longos, o avanço das projeções foi maior. O DI de janeiro de 2017 (15.810 contratos) passou de 12,56% para 12,61% ao ano, e o DI de janeiro de 2021 (2.580 contratos negociados) estava em 12,41%, ante 12,36% na véspera.
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), no entanto, não saiu do radar dos investidores, que aguardam pelo documento que será divulgado amanhã logo cedo. Para os especialistas, o Banco Central precisa justificar a retirada da expressão do comunicado pós-reunião, "período suficientemente prolongado" adotada nas duas reuniões anteriores para referir-se à duração do ciclo de aperto monetário."
Diante das medidas cambiais, ficaram em segundo plano os dados de crédito do Banco Central e de inflação da Fipe. O estoque de crédito no sistema financeiro nacional cresceu 1,6% em junho, na comparação com maio, e chegou a R$ 1,834 trilhão, de acordo com o BC. No acumulado do ano, o estoque de crédito tem crescimento de 7,5% e em 12 meses encerrados em junho a expansão atinge 20%. No que diz respeito aos preços, o IPC-Fipe teve alta de 0,26% na terceira quadrissemana de julho, ante 0,27% na segunda quadrissemana.
Nos EUA, o Livro Bege do Federal Reserve mostrou que o ritmo de crescimento da economia diminuiu em boa parte dos EUA no período que vai de junho ao início de julho e as pressões inflacionárias estão começando a ceder em algumas regiões. Segundo o relatório, mais da metade dos 12 distritos avaliados pelo banco central norte-americano divulgaram uma redução na atividade econômica.
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