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Record compra rádios e televisão no RS

Por Agencia Estado
Atualização:

A Rede Record comprou as rádios Guaíba AM e FM e a TV Guaíba da Empresa Jornalística Caldas Júnior, de Porto Alegre. O negócio foi confirmado nesta quinta-feira pelo diretor administrativo do grupo gaúcho, Carlos Alberto Bastos Ribeiro. Por acordo entre as partes, os valores não foram divulgados. A operação é estimada pelo mercado em R$ 100 milhões e inclui a transferência do imóvel da emissora de televisão, localizado no Morro Santa Tereza, com uma das vistas mais privilegiadas da cidade e do lago Guaíba. Procurada pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a Record informou, por sua assessoria de imprensa, que não comentaria o assunto. A Rádio Guaíba AM está no ar desde 1957 com programação voltada quase integralmente para o jornalismo e os esportes e tem um público fiel entre os gaúchos. A Rádio Guaíba FM foi criada em 1980 e transmite música ambiental e clássicos internacionais. A TV Guaíba foi fundada em 1979 e divide sua programação entre filmes antigos, transmissões esportivas e espaços locados a produtores independentes. Embora tenha se desfeito das emissoras, a Caldas Júnior vai manter seu veículo mais tradicional, o jornal Correio do Povo, que completa 113 anos em 1º de outubro. A companhia gaúcha ficou nas mãos da família Caldas Júnior da fundação até 1986, quando, em dificuldades financeiras, foi vendida para o empresário e economista Renato Bastos Ribeiro. A venda da mídia eletrônica foi definida pelo diretor administrativo como "uma oportunidade de negócio". A Rede Record, controlada por Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, já tem como afiliada no Rio Grande do Sul a TV Pampa, com uma emissora em Porto Alegre e sete retransmissoras no interior do Estado. O acordo entre as duas redes vai até o final de 2009. Além da televisão, a Rede Pampa tem seis emissoras de rádio e o jornal diário O Sul. A data de transferência das operações das rádios e da televisão para a Record não estão definidas e ficam na dependência das formalidades legais. Como os novos donos não esclareceram suas intenções, o negócio deixou o mercado gaúcho preocupado. O presidente da Associação Riograndense de Imprensa (Ari), Ercy Pereira Torma, torce para que as especulações de que a emissora venha a ser usada para fins religiosos não se concretizem. "Isso seria prejudicial para a sociedade", comentou, manifestando a esperança de que os novos donos optem por investir em jornalismo. Torma também espera que a Guaíba AM mantenha a mesma credibilidade e força que consolidou ao longo dos anos.

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