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Renda fixa é campeã de rentabilidade em junho

Por Agencia Estado
Atualização:

CDB acima de R$ 100 mil rende 1,26% no mês; ouro fecha semestre com 11,4% e Bolsa vem a seguir com 9,49%, apesar da instabilidade externa As aplicações de renda fixa, remuneradas por taxas de juro, foram as campeãs de rentabilidade em junho, mês permeado por contínua e persistente instabilidade no mercado financeiro derivada de incertezas internacionais. O primeiro lugar na corrida dos investimentos foi ocupado pelo CDB para aplicações acima de R$ 100 mil, com rendimento bruto médio de 1,26%, seguido pelos fundos de renda fixa, com 1,24%, fundos DI, com 1,20%, e CDB para baixos valores, com 0,99%. Todas essas aplicações renderam acima da inflação de 0,75% medida pelo IGP-M em junho. A caderneta, com 0,69%, teve rendimento negativo, abaixo do IGP-M. A Bolsa de São Paulo fechou junho com discreta valorização de 0,28%, prejudicada por fortes vendas de investidores estrangeiros, cujas compras haviam impulsionado a alta do mercado de ações doméstico meses antes. Em 9 de maio, véspera da penúltima reunião do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), o índice Bovespa (Ibovespa) alcançou o nível mais elevado de fechamento no ano, com 41.979 pontos, ou valorização de 25,48% no ano. A partir daí, foi iniciada uma rodada de venda de ações pelos investidores estrangeiros, movimento mantido em junho. O motivo foi a perspectiva de continuidade do ciclo de elevação dos juros nos EUA, um temor que levou o capital externo a sair da Bolsa paulista rumo aos títulos do Tesouro americano. Apesar do modesto desempenho em junho, a Bolsa continua a ser o investimento mais rentável no primeiro semestre do ano, com valorização de 9,49%. As preocupações com o cenário externo não foram suficientes, contudo, para dar sustentação ao dólar, que ficou em penúltimo lugar no ranking de junho, com baixa de 6,80%, à frente apenas do ouro, que amargou perda de 13,31%. O metal, entretanto, lidera no semestre, com 11,40%. As cotações da moeda americana caíram principalmente pela oferta de divisas de empresas exportadoras, que costumam transitar pelo mercado sempre que as cotações esboçam reação. O investidor que, apesar da expectativa otimista com o mercado de renda variável na virada do ano, insistiu em permanecer nas aplicações mais conservadoras, no mercado de renda fixa, chega ao fim do primeiro semestre com boa rentabilidade, apesar das contínuas reduções da taxa básica de juros. O juro, que estava em 18% ao ano na virada de 2006, recuou para 15,25% em junho. O mais rentável nesse período foi o CDB para grandes aplicações, com 7,87% bruto, seguido dos fundos de renda fixa, com 7,72%, e fundos DI, com 7,76%. Todas as aplicações de renda fixa ganharam da inflação de 1,40% acumulada pelo IGP-M no período. O mercado financeiro dá início à segunda metade do ano ainda carregado de incertezas com os juros nos EUA, apesar do cenário menos preocupante traçado pelo Fed após a última reunião, anteontem. A expectativa entre analistas é que o stress nos mercados tende a continuar, com volatilidade a cada anúncio de indicadores americanos que não estejam em linha com as previsões.

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