Líderes dos países do G-8 (grupo das antigas sete maiores economias do mundo, mais Rússia) estão reunidos no litoral da França para decidir medidas para ajudar os países árabes a reconstruir a democracia e as economias de mercado em seguida às revoltas populares ocorridas na região neste ano. Outros tópicos da agenda incluem a mídia eletrônica, a economia mundial e a segurança nuclear.
No início do encontro, que começou hoje e termina amanhã, estava prevista uma expressão de solidariedade para com o Japão em razão do terremoto seguido de tsunami que atingiu o país no dia 11 de março e provocou acidentes na usina nuclear de Fukushima. A França, que sedia o evento, é altamente dependente da energia nuclear e possui 58 reatores.
Mas é a chamada "Primavera Árabe" que deverá dominar a reunião entre os líderes dos EUA, Canadá, Japão, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Rússia. Espera-se que o assunto seja tratado durante o jantar marcado para a noite desta quinta-feira, que é o centro da cúpula.
As revoltas populares na região abriram caminho para reformas políticas, mas deixaram os novos governos frágeis e suas economias debilitadas. Por outro lado, os movimentos também levantaram esperanças de democracia e integração das economias nos mercados mundiais, o que gerou comparações com o Leste Europeu dos anos 1990.
Os líderes do G-8 deverão revelar um pacote de assistência política e econômica para Egito e Tunísia, que derrubaram regimes despóticos que existiam há anos. A África será representada na cúpula pelos líderes recém eleitos da Costa do Marfim, Nigéria e Guiné, que participarão de sessões dedicadas a encorajar a democracia.
Depois de uma reunião de grandes indústrias em Paris chamada "e-G-8", foi marcada uma sessão de trabalho em Deauville para debater assuntos relacionados à internet. As discussões deverão incluir como compartilhar o custo de investimentos em redes entre operadoras, governos e empresas da web e como os governos podem ajudar a internet a se desenvolver sem prejudicar o crescimento.
No encontro também poderá ser discutida a questão da sucessão de Dominique Strauss-Kahn como diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os membros do G-8 estão se alinhando em um apoio à candidatura da ministra de Finanças da França, Christine Lagarde. As informações são da Dow Jones.