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Supermercado Pão de Açúcar adota novo formato de loja

Por Agencia Estado
Atualização:

Um formato de supermercado menor, como uma loja de conveniência, é a nova aposta do grupo Pão de Açúcar, maior rede varejista do País. A empresa deve abrir a primeira loja nesse formato nas próximas semanas. As novas unidades terão cerca de 2 mil a 3 mil itens e área em torno de 200 m², bem menor que a dos supermercados do grupo - que ocupam espaços de 800 m² a 1,5 mil m². Há quatro meses, o presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, Abilio Diniz, confirmou em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo que estava examinando novos formatos de lojas em vários países e possivelmente traria alguma novidade para o Brasil. A estratégia do grupo é investir no novo formato para a compra rápida, de reposição. As lojas devem ficar em regiões onde exista grande fluxo de pessoas. Concorreriam com pequenos supermercados locais. O nome da rede ainda não foi definido. O Pão de Açúcar, que registrou faturamento de R$ 15,4 bilhões no ano passado, tem quatro bandeiras: Extra, de hipermercados, Pão de Açúcar, de supermercados, CompreBem, mais voltada para a baixa renda, e Sendas, no Rio. Segundo informações de mercado, o primeiro ponto-de-venda a ser testado deve ficar em Moema. A expectativa é de uma expansão acentuada em dois anos. Na década de 80, a empresa, numa parceria com a Shell, teve várias lojas de conveniência, mas vendeu todas quando entrou em crise. A novidade do Pão de Açúcar vem pouco depois de o Wal-Mart ter anunciado seu maior investimento desde que chegou ao País, em 1995. A rede americana informou há duas semanas que vai desembolsar R$ 850 milhões para a abertura de 28 lojas. A estratégia do Wal-Mart é investir sobretudo no consumidor de baixa renda com a bandeira de supermercados Todo Dia. O Pão de Açúcar ainda não anunciou os investimentos para 2007. A rede deve fechar este ano com um total de R$ 935 milhões em gastos com a abertura de 16 novas lojas e compra de terrenos. O grupo vive um profundo processo de reestruturação, com corte de custos. Durante o primeiro semestre, os resultados ficaram aquém do esperado. A venda por metro quadrado já caiu de R$ 13.448 em 2004 para R$ 13.404 em 2005. O desempenho de vendas do grupo, como de outra redes, foi afetado sobretudo pela deflação dos preços dos alimentos. Até o mês passado os resultados não eram bons, mas os números de setembro, que ainda não foram anunciados, já devem mostrar uma recuperação. Na avaliação de analistas, o Pão de Açúcar, com o novo formato de conveniência, tanto pode concorrer com o Todo Dia como com o Dia%, bandeira de preços baixos do Carrefour. Para o consultor Eugênio Foganholo, da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, a investida do Pão de Açúcar é uma resposta aos novos padrões de comportamento do consumidor. "Ele vai com freqüência cada vez maior ao supermercado para reposição de mercadorias, e quer rapidez'" diz. Ele faz uma analogia com o comportamento das pessoas diante da televisão. "Da mesma maneira que fica zapeando na tevê, o consumidor procura cada vez mais canais variados de compra, buscando benefícios." Procurado pela reportagem, o Pão de Açúcar não comentou as informações.

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