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Tendência segue positiva para varejistas após Black Friday

Mercado financeiro renova otimismo sobre Ibovespa

Por Flavia Alemi
Atualização:

O avanço das vendas do comércio na Black Friday garantiu às varejistas um pequeno rali na Bolsa durante essa semana, com Magazine Luiza, Lojas Americanas e B2W protagonizando altas diárias expressivas, apesar da realização de lucros observada no pregão desta sexta-feira.

Em partes, a euforia vista durante a semana se explica pelo aumento das vendas acima das expectativas durante a Black Friday. Segundo dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), o crescimento foi de 4,7% neste ano na comparação com 2017, enquanto a projeção apontava alta de 4,5%. Ao mesmo tempo, a confiança do consumidor medida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) atingiu o maior nível desde julho de 2014, passando de 86,1 pontos em outubro para 93,2 pontos em novembro.

O Ibovespa superou a máxima histórica alcançada no início de novembro. Foto: PAULO WHITAKER/REUTERS

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Para o analista Alexandre Faturi, da Nova Futura, a combinação da Black Friday com a época das festas de fim de ano, bem como o recebimento do 13º salário, impulsionou as vendas. Lembrando que, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística Estudos Socioeconômicos, a primeira parcela do 13.º, paga hoje, injetou R$ 211,2 bilhões na economia.

Faturi citou, ainda, que as promoções, aliadas à alta da confiança e também das condições macroeconômicas “sustentam melhora dos indicadores financeiros.” Para esta semana, a Nova Futura manteve apenas a recomendação de compra da CVC. Compõem o resto da carteira Ambev, Gerdau, Cielo e AES Tietê.

Durante esta semana, além do saldo da Black Friday, também foram publicados dados de Produto Interno Bruto (PIB) e desemprego, que dão apoio às perspectivas de melhora no mercado consumidor doméstico. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,3% no terceiro trimestre, comparado a igual período no ano passado.

O otimismo se refletiu nas altas das ações das três varejistas. No fechamento da sexta-feira (30), Magazine Luiza havia acumulado ganho de 1,40%, para R$ 164,63, a B2W tinha subido 2,60% e as Lojas Americanas disparado 9,13%.

Na opinião do analista Leandro Martins, da Modalmais, apesar de apontar sim a continuidade de um ciclo positivo, visto que elas já apresentavam alta mesmo antes da Black Friday, correções de preço podem ser esperadas. Para dezembro, Martins cita Lojas Renner e BRF como opções com melhores expectativas, uma vez que elas não subiram tanto em poucos pregões. A carteira da Modalmais conta ainda com Ultrapar, Bradesco e Itaúsa. 

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Das principais varejistas, Lojas Americanas, Via Varejo, Cia Hering e Lojas Renner estão nas carteiras de algumas corretoras nesta semana. Hypera é a única presente em mais de uma carteira, sendo recomendada por Terra Investimentos e Socopa. A Terra Investimentos decidiu trocar Itaú Unibanco por Fleury, argumentando que o segmento de saúde e diagnósticos no qual o grupo atua possui relação com as mudanças no cenário macroeconômico. 

A Socopa também fez apenas uma modificação de carteira em relação à semana passada, trocando Equatorial ON por MRV ON. Segundo a corretora, o cenário macroeconômico dá espaço para que a MRV continue apresentando sólida geração de fluxo de caixa operacional.

Otimismo renovado

O otimismo sobre o desempenho do Ibovespa na próxima semana (3 a 7 de dezembro) avançou fortemente no Termômetro Broadcast Bolsa, tanto pelo avanço da expectativa de ganhos quanto pela redução da previsão de queda. Entre 29 participantes da pesquisa, a parcela que acredita que o período será de alta ficou em 75,86%, ante 17,24% dos que esperam recuo. Na anterior, a expectativa de ganhos para a Bolsa nesta semana representava 53,57% do universo e a de perdas, 32,14%. A previsão de estabilidade caiu de 14,29% para 6,90%. O levantamento tem <IP9,0,0>por objetivo captar o sentimento de operadores, analistas e gestores para o comportamento do índice na semana seguinte</IP>. A Bolsa teve valorização semanal de 3,80%.

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Os mercados já abrem na segunda-feira repercutindo o resultado do encontro dos países do G-20 em Buenos Aires e, mais do que isso, da reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente chinês Xi Jinping, prevista para a noite deste sábado. O principal tema do evento será a disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Na agenda, o destaque é o relatório de emprego nos Estados Unidos, na sexta-feira. Ainda no exterior, serão conhecidos ao longo da semana indicadores de comércio exterior da China em novembro, que devem servir de termômetro sobre o impacto do aumento das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos. Em Viena, na quinta, começa a reunião de dois dias da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

No Brasil, o destaque é o IPCA de novembro, na sexta-feira. “Projetamos deflação de 0,09% do IPCA de novembro, reforçando o balanço de riscos mais equilibrado”, dizem os economistas do Bradesco. Antes, na terça, o Senado deve votar o projeto de lei que revisa as regras para a cessão onerosa das áreas do pré-sal.

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