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Tensão no Irã puxa cotação recorde do petróleo

Por Agencia Estado
Atualização:

Pela primeira vez na história, o petróleo rompeu a barreira psicológica dos US$ 75 por barril, impulsionado pelas tensões geopolíticas, principalmente no Irã, e pela especulação dos investidores. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os contratos de petróleo para junho fecharam a US$ 75,17 o barril, alta de 2%. Em Londres, no sistema eletrônico da ICE Futures, os contratos de petróleo Brent para junho fecharam em US$ 74,57 o barril, ganho de 1,9%. O produto está cerca de 40% mais caro do que há um ano. Segundo os analistas, a crise entre Estados Unidos e Irã, o quarto maior exportador mundial de petróleo, e a guerrilha na Nigéria, o quinto maior fornecedor do produto para o mercado americano, estão pressionando as cotações e os investidores, principalmente os fundos de pensão, aproveitam para lucrar. "Você põe todas essas manchetes juntas, você vê que a situação está pesada e fora de controle; essa é a razão pela qual operadores e especuladores tiveram um dia de manobras - este é exatamente o tipo de ambiente onde os especuladores querem operar", explicou Fadel Gheit, especialista em mercado de petróleo da empresa de assessoria econômica Oppenheimer. Os especialistas se dividem sobre o peso de cada fator no preço. Para alguns, as questões geopolíticas são as principais responsáveis pela disparada. Segundo Ehsan Ul-Haq, analista da empresa de consultoria especializada PVM, "a percepção generalizada é de que o conflito com o Irã vai continuar, de que a situação na Nigéria vai perdurar pelo menos até as eleições presidenciais do próximo ano, pois após o pleito não se sabe o que acontecerá, e de que o Iraque também continuará com problemas". Ele também declarou que o surgimento do movimento de "nacionalização de recursos" na América Latina é outro fator que traz inquietação ao setor e que contribui para a disparada. Para Ul-Haq, o que está mais claro é que o abastecimento mundial de energia depende cada vez mais de regiões instáveis, o que não incentiva os grandes investimentos no setor, necessários para garantir o abastecimento futuro. Já o analista Richard Savage, do Banc of America, põe mais culpa nos especuladores. Segundo ele, os fundos de investimentos estão testando qual será o teto dos preços. "Não houve nenhuma interrupção significativa no fornecimento. A questão-chave é que os preços altos não estão relacionados aos fundamentos econômicos. O mercado parece que está tentando encontrar seu limite."

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