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Tesouro vê apetite maior por títulos de longo prazo

Movimento foi observado na venda da Notas do Tesouro Nacional da Série F de 2021, que foi vendido pela primeira vez em fevereiro.

Foto do author Adriana Fernandes
Por Adriana Fernandes , Renata Veríssimo e da
Atualização:

O Tesouro Nacional observou, em fevereiro, um movimento de maior apetite dos investidores locais por títulos de longo prazo. Tradicionalmente, os investidores locais têm preferência por papéis de curto prazo. Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Fernando Garrido, esse movimento foi observado na venda da Notas do Tesouro Nacional da Série F (NTN-F) de 2021, o novo papel prefixado, com prazo mais longo, que foi vendido pela primeira vez em fevereiro.Segundo Garrido, do total da venda da NTN-F 21, de R$ 3,5 bilhões, um terço foi adquirido por investidores estrangeiros e o restante por investidores locais, como fundos de investimento, fundos de pensão e bancos. Para Garrido, essa procura maior mostra confiança dos investidores nos bons fundamentos da economia e uma avaliação de que a oportunidade é boa para comprar esses papéis. Segundo ele, tem havido uma "mudança de cultura" dos investidores locais e uma procura de alongamento dos seus investimentos. Com essa maior demanda pelos papéis de longo prazo, a tendência, segundo Garrido, é de queda nas taxas de prefixados com vencimentos mais longos.O Tesouro, disse ele, já tem observado esse movimento. Ele citou o caso da Letra do Tesouro Nacional (LTN) com vencimento em julho de 2012, que no dia 28 de janeiro foi vendida com taxa de 12,27% ao ano e, no último leilão, a 12,01% ao ano. A NTN-F 2021 foi vendida no primeiro leilão a 13,3% ao ano, em fevereiro, e no último a 12,84% ao ano. Para Garrido, esse movimento de procura por prazos maiores é a grande novidade na administração da dívida pública nos últimos meses.Dívida externaO Tesouro Nacional, no primeiro bimestre, fez a maior recompra de títulos da dívida externa desde o quarto bimestre de 2007. Ao longo de 2009, o Tesouro vinha fazendo recompras bimestrais de cerca de R$ 300 milhões, R$ 400 milhões. Mas, no primeiro bimestre deste ano, o volume subiu para R$ 1,169 bilhão.Para o coordenador de Operações da Dívida Pública, a avaliação é de que tem havido, também, a exemplo do que acontece no mercado de títulos da dívida interna, uma busca por alongamento dos papéis brasileiros. Segundo ele, os investidores estrangeiros estão se desfazendo dos papéis de curto prazo - com vencimento em 2011 e 2015 - para comprar papéis mais longos da dívida externa brasileira.Esse movimento de recompra de títulos de curto prazo, segundo Garrido, contribui para reduzir a necessidade de financiamento externo do Tesouro no curto prazo e melhoria do perfil da dívida. Para ele, o interesse dos investidores por títulos da dívida externa de prazos maiores mostra também maior confiança na economia brasileira e na sustentabilidade da dívida pública do País.

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