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Top Picks: Empresas maduras e pagadoras de dividendos são opção em meio à turbulência

Além dos temores sobre os efeitos da variante Delta, a crise fiscal no Brasil e a chance de retirada dos estímulos econômicos nos Estados Unidos devem continuar abalando o mercado

Foto do author Marcia Furlan
Por Marcia Furlan
Atualização:

O mercado acionário brasileiro viveu mais uma semana de perdas, com novos pesos puxando para baixo o já deteriorado cenário econômico. Além dos temores sobre os efeitos da variante Delta do coronavírus, a instabilidade política, a crise fiscal e a alta da inflação entraram na conta também as medidas regulatórias em tecnologia a serem implementadas pela China e a possível retirada de estímulos econômicos dos Estados Unidos, simultaneamente à queda do minério de ferro.

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O cenário desafiador, contudo, pode representar oportunidade para o investidor, uma vez que a maioria das ações está com preço reduzido e o potencial de geração de valor se torna mais atrativo. Os segmentos que podem ser beneficiados com essa movimentação, na opinião de analistas, são os bons pagadores de dividendos, como empresas dos setores financeiro, elétrico, de saneamento e petrolífero. "Com a queda dos preços, o dividend yield (rendimento do dividendo) da ação aumenta, podendo inclusive, em alguns casos, superar a taxa Selic ou a inflação", diz o analista da Terra Investimentos, Regis Chinchila.

Empresas exportadoras e que ganham com a alta do dólar, também tendem a se beneficiar da recente volatilidade, segundo o estrategista de Ações da Santander Corretora, Ricardo Peretti, como as do setor de papel e celulose. Suzano e Klabin, por exemplo, estão bem posicionadas, porque são favorecidas pelo câmbio, têm desalavancagem rápida e fluxo de caixa sólido. Mesmo com a recente queda dos preços de celulose na China, essas companhias deixaram o pior da sazonalidade para trás.

Companhias como a Suzano, por exemplo, são menos afetadas pelo atual cenário de incertezas. Foto: Suzano Papel e Celulose/Divulgação

Perreti afirma ainda que as ações dos grandes bancos também podem ser consideradas defensivas, assim como as das seguradoras. Isso porque ambas se beneficiam do aumento dos juros, seja em razão dos spreads (diferença entre o valor do recurso captado e o emprestado) maiores ou dos ganhos com as aplicações em renda fixa.

Há ainda os papéis de empresas de saúde privada, que devem retornar à normalidade a partir de agora, com o provável controle da pandemia e a retomada dos procedimentos eletivos.

O economista-chefe do Modalmais, Alvaro Bandeira, diz que tradicionalmente, quando se fala em proteção no mercado de ações, as escolhas acabam recaindo sobre empresas mais maduras, como Ambev e JBS, e setores tradicionalmente mais resistentes, como o de bancos e de energia, apesar de a crise hídrica adicionar um ingrediente de incerteza sobre geradoras e transmissoras.

Para Bandeira, o momento é propício para formar posições progressivamente, ou seja, comprar ações aos poucos, aproveitando a baixa, uma vez que o investimento na Bolsa é para maturação de médio e longo prazos.

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Com relação às recomendações para a próxima semana, a Ativa Investimentos trocou apenas duas ações de sua carteira Top Picks. Saíram Boa Safra ON e Santander Unit e entraram BRF ON e Vamos ON. Permaneceram Ambipar ON, SulAmerica Unit e Valid ON.

O Daycoval manteve as ações de BB Seguridade ON, Hapvida ON e Vale ON em sua carteira e colocou Assaí ON e Transmissão Paulista PN no lugar de Lojas Renner ON e Natura ON.

A Elite substituiu Allied ON e Metalúrgica Gerdau PN por Inter Unit e Meliuz ON. Ficaram na carteira Alpargatas ON, M. Dias Branco ON e Vale ON. A Guide deixou apenas Marfrig ON e Vale ON entre suas escolhidas. Saíram Cyrela ON, Grupo Soma ON e Magazine Luiza ON e entraram Banco do Brasil ON, ETF S&P 500 Index e Rede D'Or ON.

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Na carteira da Mirae, ficaram Inter Unit, Randon PN e Santos Brasil ON, mas saíram Gerdau PN e JHSF ON, para dar lugar a Romi ON e Vale ON. A MyCap substituiu duas ações de sua carteira. Entraram Ecorodovias ON e Vamos ON e saíram CSN ON e Magazine Luiza ON. Foram mantidas Natura ON, Inter Unit e B3 ON.

A Órama deixou o BTG Pactual Unit, Simpar ON e Totvs ON, mas trocou as ações da Vale ON e da Hypera ON pelas ações da Petz ON e Porto Seguro ON. Veja a lista:

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