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Top Picks: Juros, dólar, China e covid balizam recomendações para setembro

Entre as opções indicadas por analistas, estão empresas com receitas em dólar ou em euros, justamente por serem favorecidas pela retomada da economia em alguns países

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Por Marcia Furlan
Atualização:

O conturbado cenário político e econômico do País e seus possíveis desdobramentos têm tornado difícil a tarefa de fazer previsões sobre empresas e segmentos que podem trazer ganhos aos investidores em renda variável, sobretudo no curto prazo. Porém, há alguns setores que devem se beneficiar, de acordo com levantamento feito pelo Estadão/Broadcast, com base nas carteiras recomendadas para setembro.

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Na avaliação de boa parte dos analistas, as ações de bancos e seguradoras ganham com a adoção da taxa de juros maior, como vem sendo adotada pelo Banco Central, e com perspectiva de novos aumentos ainda esse ano. Nesse cenário, as instituições se beneficiam de spreads (diferença entre o custo da captação do dinheiro e do repasse aos correntistas) mais altos nas concessões de empréstimos ou com a remuneração melhor das aplicações financeiras.

Paralelamente, empresas com receitas em dólar ou em euros podem ser favorecidas pela retomada da economia em alguns países. O estrategista de ações do Santander, Ricardo Peretti, diz que o iminente início do tapering (retirada gradual de estímulos monetários pelos EUA) tende a ajudar na valorização do dólar ante as moedas emergentes. "Soma-se à alta do dólar, a expectativa com o pacote de infraestrutura bipartidário, que pode aquecer o setor de construção civil nos EUA", afirma Peretti.

Vale ON, que tem suas receitas ligadas ao dólar, está entre as recomendações de analistas. Foto: Fábio Motta/Estadão

Empresas com boa gestão e pouco alavancadas também tendem a passar por esse período de incertezas mais facilmente, em detrimento das que têm dívidas atreladas à variação do CDI.

Há ainda ações negociadas abaixo de seu potencial, que podem trazer bons retornos em dividendos e ganhos patrimoniais, diz Álvaro Bandeira, do ModalMais. Nessa lista, ele relaciona companhias do segmento de alimentos e proteínas, além de alguns bancos.

Na outra ponta, dos setores com perspectivas negativas, estão os que têm dependência da China, seja pelas interferências governamentais ou pelo crescimento menor do que esperado daquele país, o que pode afetar a demanda, segundo a analista fundamentalista, Julia Monteiro, do MyCap.

Entram nessa categoria os negócios relacionados a commodities, cujas cotações tendem a continuar oscilando muito. Isso mesmo se o governo chinês, frente à desaceleração, adotar medidas de incentivo, como já fez em outros momentos.

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No mercado doméstico, segundo o analista do Banco Daycoval, Vitor Suzaki, o cenário ainda é de volatilidade em função dos problemas político-institucionais, com indicadores econômicos se deteriorando e a inflação persistentemente alta. "Este conjunto de fatores tende a ser negativo para o setor varejista como um todo e menos impactante para consumo não cíclico", afirma.

Os analistas afirmam que persistem as incertezas com relação à variante delta da covid-19, que penalizam as ações de companhias aéreas e turismo, ao mesmo tempo em que a crise hídrica deve impor perdas às empresas de energia, com exceção da área de transmissão. Há ainda a preocupação com a proposta de reforma tributária aprovada pela Câmara que acaba com Juros sobre Capital Próprio (JCP) e pode "espantar" investidores. O texto ainda será analisado pelo Senado.

Com relação às recomendações para setembro, a Ágora Investimentos trocou toda sua carteira. Entraram Ambev ON, Assaí ON, Itaúsa PN, Vale ON e Weg ON, em substituição a BTG Pactual Unit, Méliuz ON, Lojas Renner ON, Simpar ON e Taesa Unit. A Ativa colocou quatro novas ações: Marfrig ON, Copel PNB, Fleury ON e Petz ON, no lugar de BRF ON, Inter Unit, Tegma ON e Vamos ON. Ambipar permaneceu.

Na carteira do BB Investimentos, foram mantidas, para setembro, Ambipar ON e Ferbasa PN; e entram Itaú PN, Iochpe Maxion ON e Vale ON, saindo Méliuz ON, JBS ON e Simpar ON. A Elite Investimentos trocou Inter Unit e Petrobras PN por Assaí ON e Vale ON, e deixou Alpargatas ON, M. Dias Branco ON e Weg ON.

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A Mirae manteve Gerdau PN, Inter Unit, Petrobras PN e Romi ON. Trocou apenas Vale ON, por Santos Brasil ON. A Modal Mais retirou JBS ON, JHSF ON, IVVB11 ETF e Usiminas PNA para colocar no lugar Camil ON, Ecorodovias ON, Porto Seguro ON e Santander Unit. Manteve a ação PN do Itaú.

Saíram da carteira da MyCap as ações ON de Ecorodovias e Unit da SulAmérica e entraram Iochpe Maxion ON e Localiza ON. Permaneceram Inter Unit, São Martinho ON e Vamos ON. A Necton tirou de sua carteira de setembro as ações de EspaçoLaser ON, Enauta ON e Sequoia ON, deixando BB Seguridade ON e Marfrig ON. Entraram ainda Bradesco PN, Lojas Renner ON e Sinqia ON.

A Órama decidiu manter BTG Pactual Unit e Petz ON, e inseriu Ambev ON, Engie ON e Totvs ON, no lugar de Porto Seguro ON, Simpar ON e Vale ON. Na carteira da Planner, ficaram Petz ON, Sinqia ON e Telefônica Brasil ON e saíram Cyrela On e Minerva ON, substituídas por BB Seguridade ON e JBS ON.

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Da carteira do Santander, saiu apenas Bradesco PN e entrou Itaú PN. As demais ficaram: Petrobras ON, Rede D'Or ON, Totvs ON e Vale ON.

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