PUBLICIDADE

Publicidade

Top Picks: Mineração e varejo sofrem no 3º trimestre; bancos e frigoríficos surpreendem

Quarto trimestre pode ter desafios maiores, dado o cenário interno conturbado pela elevação do risco fiscal e, consequentemente, da maior percepção de risco

Foto do author Marcia Furlan
Por Marcia Furlan
Atualização:

A temporada de balanços relativos ao terceiro trimestre das empresas com ações em Bolsa está quase chegando ao fim - restam algumas que divulgarão seus números na próxima terça-feira.

A análise dos resultados mostra um comportamento desigual entre os setores e até mesmo dentro deles. Do lado negativo, analistas consultados pelo Estadão/Broadcast apontam principalmente o setor de mineração, prejudicado pela queda dos preços do minério de ferro, com reflexos em siderurgia, com exceção de Gerdau, que mostrou um balanço forte. O desempenho fraco de mineração já era esperado, mas os volumes de vendas acabaram decepcionando também, colocando em dúvida o ritmo de demanda nos próximos meses, segundo a analista Gabriela Cortez Joubert, do banco Inter.

Projeto de minério de ferro; setor de mineração foi prejudicado pela queda dos preços da commodity Foto: Fernando Amorim/Divulgação

PUBLICIDADE

Do lado negativo, destaque ainda para as varejistas com importante atuação em comércio eletrônico como Via e Magazine Luíza. Elas foram afetadas em grande parte pela base de comparação forte, uma vez que em 2020 tiveram boa performance, ao mesmo tempo que o fim do isolamento vem reduzindo a demanda de compras pela web. Ricardo Peretti, estrategista de ações da Santander Corretora, lembra que essas ações também sofrem com a desaceleração de crescimento, o aumento da inflação no país e a entrada de novas empresas no mercado.

Os destaques positivos, na opinião dos analistas, ficaram por conta principalmente do setor financeiro, cujos números vieram acima do esperado, com uma recuperação do segmento de seguros. Além disso, muitos deles fizeram uma revisão para cima de suas projeções (guidance) de 2021, o que, segundo Peretti, pode ser lido de forma otimista pelos investidores.

Empresas de proteína animal estão na lista das boas performances no trimestre passado, principalmente aquelas com atuação nos Estados Unidos, pelo fato de o país estar em um momento operacional favorável, com preços elevados de carne bovina, o que ajuda os frigoríficos. Esse contexto pode gerar margens recordes e forte geração de caixa, com possibilidade de pagamentos de dividendos expressivos.

Outros setores elencados pelos analistas como positivos foram o de Óleo e Gás, em decorrência dos preços de petróleo mais fortes e o dólar em alta; de Shoppings, que já começam a mostrar resultados próximos aos níveis pré-covid; e de Papel e Celulose, que mostrou volumes e preços em bons patamares e superou as estimativas, na média, de algumas casas.

Na média, segundo análise de Pedro Galdi, da Mirae Asset, 51% dos balanços divulgados até este momento vieram acima do esperado, enquanto que no exterior foram 80%.

Publicidade

O quarto trimestre, contudo, pode ter desafios maiores, dado o cenário interno conturbado pela elevação do risco fiscal e, consequentemente, da maior percepção de risco. "Ressaltamos que os fundamentos das companhias, para o longo prazo, seguem positivos e que neste momento é preciso focar nos balanços e separar aquelas empresas que tem apresentado desconto mais em virtude da atual conjuntura que em razão de uma deterioração dos seus fundamentos", afirma Gabriela Joubert, do Inter.

Com relação às recomendações para a próxima semana, a Ativa Investimentos trocou toda a sua carteira de Top Picks, inserindo Suzano ON, Gol PN, Sanepar Unit, Carrefour ON e Méliuz ON, no lugar de Azul PN, Energias do Brasil ON, Lojas Renner ON, Maganize Luiza ON e SulAmérica Unit.

A Elite trocou as ações de Equatorial ON e Weg ON por Gerdau Pn e Klabin Unit. Ficaram Alpargatas ON, Banco Inter Unit e Bradesco PN.

A Guide manteve Grupo Soma ON e 3R Petroleum ON, retirou Banco Pan ON, Gerdau PN e Itaú PN, para colocar no lugar BTG Pactual Unit, JBS ON e Raízen PN.

AES Brasil ON e Marfrig ON saíram da carteira da Mirae e entraram Ferbasa PN e Santos Brasil. Permaneceram Gerdau PN, Banco Inter Unit e JBS ON.

A MyCap adicionou Intelbras ON e Santos Brasil ON no lugar de Fleury ON e Magazine Luiza ON, deixando Bradesco PN, Cosan ON e Suzano ON.

Saíram da carteira da Órama a Alliar ON e Notre Dame Intermédica ON, entrando no lugar a Energias do Brasil On e Natura ON. Ficaram Ambev ON, JBS ON e Telefônica ON.

Publicidade

Na carteira da Terra Investimentos, ficaram B3 ON, Bradesco PN, BR Malls ON e Rumo ON. Saiu apenas Americanas, para entrar Cemig PN.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.