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Top Picks: Plano estratégico da Petrobras deve favorecer valorização das ações

Plano em si abre espaço para a valorização do papel na medida em que sinaliza uma forte geração de caixa à frente e dá respaldo ao planejamento de longo prazo, baseado no investimento em prospecção e exploração

Foto do author Marcia Furlan
Por Marcia Furlan
Atualização:

 A Petrobras divulgou na quarta-feira,24, seu novo plano estratégico para o período de 2022 a 2026, prevendo investimentos de US$ 68 bilhões, um aumento de US$ 13 bilhões em relação ao plano anterior. A maior parte dos recursos será direcionada ao pré-sal e, pela primeira, vez a empresa manifestou intenção de reduzir sua dependência de fontes fósseis, diversificando seu portfólio, embora sem especificar valores.

Plataforma da Petrobras no Rio de Janeiro; petrolífera pretende fazer novos investimentos Foto: Pilar Olivares/Reuters

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Ao mesmo tempo, a estatal anunciou sua nova política de dividendos, que prevê pagamentos trimestrais e distribuição mínima anual de US$ 4 bilhões quando o preço médio do petróleo tipo Brent for superior a US$ 40/bbl. A distribuição ocorrerá independentemente do nível de endividamento.

Embora os valores de investimento tenham ficado dentro das estimativas, as notícias foram bem recebidas pelos investidores e devem ter impacto positivo sobre as ações, na avaliação dos analistas.

O chefe de análise de ações da Órama, Phil Soares, vê espaço para a valorização do papel, pois considera que a empresa está barata perto de petroleiras estrangeiras, inclusive na comparação com as russas, que sempre foram as mais descontadas do mercado.

Em seus cálculos, como o plano de remuneração sinaliza uma distribuição de dividendos de US$ 60 bilhões a US$ 70 bilhões até 2026, o dividend yield das ações da Petrobras ficaria perto dos 20%, considerando o valor de mercado atual, que é de cerca de US$ 67 bilhões, porcentual bem expressivo.

O plano estratégico em si também abre espaço para a valorização do papel na medida em que sinaliza uma forte geração de caixa à frente e dá respaldo ao planejamento de longo prazo, baseado no investimento em prospecção e exploração, áreas onde tem maior vocação e retorno, principalmente no pré-sal, destaca o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira.

Outro ponto do plano que pode alimentar uma visão mais positiva da empresa são as iniciativas ESG, como o compromisso de aceleração da descarbonização. Para Ricardo Peretti, estrategista de ações da Santander Corretora, isso pode contribuir para a confiança de investidores internacionais e ajudar a mitigar os riscos ambientais associados ao processo de extração, produção e refino de petróleo.

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Bandeira acrescenta como fatores positivos o trabalho de desalavancagem financeira que a empresa vem implementando e a redução de custos, pontos que considera essenciais. "Excetuando os riscos políticos que eventualmente assolam a Petrobras, ela hoje volta a ser competidora importante dentre as gigantes do setor de óleo e gás", diz.

Uma ressalva às expectativas positivas com relação à companhia é a evolução dos acontecimentos derivados da descoberta da nova cepa da covid-19 na África, que derrubaram o petróleo e as bolsas de valores nesta sexta-feira, levando à queda das cotações, que tinham fechado em alta de mais de 4%.

Com relação às recomendações para a próxima semana, o BB Investimentos manteve apenas Ultrapar ON na carteira de Top Picks, e tirou BR Malls ON, Eneva ON, Lojas Renner ON e Movida ON, para colocar no lugar: Localiza ON, Raia Drogasil ON, Suzano ON e Taesa Unit.

O Daycoval trocou Rede D'Or ON por Suzano ON, mantendo na carteira CCR ON, Copasa ON, Eneva ON e Petz ON.

A Guide também fez apenas uma troca, colocou Ambipar ON no lugar a JBS ON, e deixou as demais: Apple BDR , Bradesco PN, Petrobras PN e Vibra Energia ON.

A Mirae Asset manteve Banco Inter Unit, Ferbasa PN e JBS ON e tirou Gerdau PN e Santos Brasil ON para colocar Marfrig ON e Weg ON.

O MY Cap trocou Intelbras ON e Tegma ON por Eztec ON e Randon PN . Permaneceram GPA ON, Santos Brasil ON e Usiminas PNA.

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Na carteira da Órama, entraram Alliar ON, Unipar PNB e Suzano ON, no lugar de Ambev ON, Marfrig ON e Natura ON. Permaneceram Energias do Brasil ON e Telefônica ON.

A XP trocou sua carteira inteira, tirando Braskem PNA, Copel PNB, Locaweb ON, Petrobras PN e Vale ON e inserindo Banco do Brasil ON, Cesp PNB, Klabin Unit, Magazine Luiza ON e Marfrig ON.

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