Publicidade

Ucrânia volta a derrubar bolsas da Europa no fechamento

Mario Draghi afirmou que os riscos geopolíticos em todo o mundo estão mais elevados do que há alguns meses e que os problemas na Ucrânia terão impacto maior na zona do euro

Por Sergio Caldas e COM INFORMAÇÕES DA DOW JONES NEWSWIRES
Atualização:
Surgiram relatos na mídia russa de que a Otan suspenderá a cooperação com Moscou e de que um caça foi abatido no leste ucraniano Foto: Maurício Lima/NYT

As bolsas europeias fecharam com fortes perdas nesta quinta-feira, 07, após uma sessão volátil, ainda influenciadas por temores sobre a crise geopolítica no Leste Europeu, reforçados por comentários do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. Em meio ao clima de aversão a risco, o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,68%, encerrando o dia a 326,96 pontos.

No começo da manhã, o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, confirmou que Moscou vai suspender por um ano as importações de alimentos de países que impuseram sanções aos russos por seu suposto papel nos conflitos que assolam o leste da Ucrânia.

Posteriormente, Draghi afirmou que os riscos geopolíticos em todo o mundo estão mais elevados do que há alguns meses e que os problemas na Ucrânia terão impacto maior na zona do euro do que em outras regiões. O comentário veio após o BCE ter decidido manter suas principais taxas de juros inalteradas pelo segundo mês consecutivo.

Diante das incertezas no Leste Europeu e da persistência de inflação baixa na área do euro, Draghi reiterou que a acomodação monetária continuará por um período de tempo prolongado, assim como o compromisso do BCE de adotar instrumentos de política não convencionais, se necessário.

Além disso, surgiram relatos na mídia russa de que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) suspenderá a cooperação com Moscou e de que um caça foi abatido no leste ucraniano.

Contribuindo para o pessimismo na Europa, os dados de produção industrial da Alemanha frustraram as expectativas. Em junho, a indústria alemã produziu apenas 0,3% a mais que em maio, contrariando previsão de um aumento maior, de 1,4%.

Em Londres, o índice FTSE 100 recuou 0,58%, a 6.597,37 pontos. Assim como o BCE, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também decidiu pela manhã manter sua taxa básica de juros inalterada. No mercado francês, o CAC 40, que reúne as ações mais negociadas em Paris, registrou baixa de 1,36%, a 4.149,83 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX perdeu 1,00%, a 9.038,97 pontos, mas o Commerzbank subiu 0,5% após divulgar balanço trimestral melhor que o esperado.

As bolsas de países europeus considerados periféricos tiveram desvalorização mais expressiva. A maior queda foi do PSI 20, de Lisboa. O índice português despencou 2,27%, a 5.453,29 pontos. O regulador do mercado de capital de Portugal proibiu no pregão de hoje vendas a descoberto das ações do Banco Comercial Português (BCP), que ontem despencaram 15%. O BCP terminou o dia com baixa de 1,25%, após chegar a recuar 11%. Em Milão, o índice FTSE Mib caiu 1,94%, a 19.130,65 pontos, pressionado por bancos como Intesa Sanpaolo (-2,7%) e UniCredit (-1,2%). No mercado espanhol, o Ibex 35, dos papéis mais líquidos em Madri, cedeu 1,64%, a 10.078,60 pontos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.