Publicidade

Vale quer comprar todas as ações da Inco

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, presidiu, na tarde de ontem, sua primeira reunião como novo patrão da mineradora canadense Inco. Na sede da Inco em Toronto, localizada numa torre envidraçada da King Street, a principal rua comercial da cidade, Agnelli liderou uma conferência telefônica, respondendo a questões dos funcionários da empresa. Além dos executivos de Toronto, a conversa incluiu os dirigentes das operações canadenses - em Sudbury, no leste de Ontário, Thompson, na província de Manitoba, e Voisey's Bay, em Labrador - e das internacionais, na Indonésia e no País de Gales. Durante a conversa, que durou mais de uma hora, Agnelli confirmou que deve dissolver a atual diretoria, mas que não haverá demissões nem grande redução do número atual de cargos nos próximos três anos, como previsto no acordo de compra da empresa. Agnelli chegou ontem mesmo a Toronto, depois que a Vale já havia fechado a compra de 75,6% das ações da Inco, uma operação de US$ 13,4 bilhões. A transação foi concluída à meia-noite de segunda-feira, quando expirava o prazo para que ao menos dois terços das ações fossem adquiridas. Durante todo o dia, os acionistas aceitaram a oferta da empresa por telefone ou e-mail. Na maioria dos casos, os acionistas foram representados por corretores de valores ou seus conselheiros financeiros. Vários deles, no entanto, esperaram o fechamento do pregão da Bolsa de Toronto, na esperança de que uma valorização do dólar americano tornasse a oferta mais rentável. No final da tarde de segunda-feira, a Vale informou que prolongaria sua oferta de 86 dólares canadenses por ação até o dia 3 de novembro. A Vale vai adotar uma estratégia agressiva para conquistar o controle integral da Inco. A empresa está disposta a desembolsar mais US$ 4,5 bilhões para atrair o restante dos acionistas que ainda não aderiram à oferta. Assim que a companhia brasileira assumir o controle de 85% das ações da Inco, o balanço comercial da mineradora deixará de ser submetido às autoridades fiscais do Canadá e dos EUA como empresa nacional, passando a ser catalogada como empresa de capital estrangeiro. O interesse da mineradora brasileira é transformar a produtora de níquel em uma subsidiária integral do grupo, a exemplo do que já ocorreu com outras aquisições, como a Caemi, no Brasil. Em nota, a Vale informou ainda que pretende fechar o capital da empresa nas bolsas de valores de Toronto e de Nova York. A Inco é a segunda mineradora canadense de níquel arrematada pela companhia brasileira. Em dezembro de 2005, o grupo comprou a Canico, dona da mina de Onça Puma, no Pará.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.