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Varig vai a novo leilão se TGV não pagar até 6ª feira

Por Agencia Estado
Atualização:

O juiz Luiz Roberto Ayoub homologou ontem a compra da Varig pelo Trabalhadores do Grupo Varig (TGV). A decisão está novamente condicionada à apresentação dos recursos: a Nova Varig (NV) Participações, criada para representar o TGV no leilão, tem até sexta-feira (23) para depositar US$ 75 milhões. Caso contrário, será programado um novo leilão. Ainda não se conhece os investidores por trás da NV, já que o TGV não tem recursos. "Não trabalho com a hipótese de que ela (proposta) seja inviável", diz Ayoub. Apesar de o coordenador do TGV, Márcio Marsillac, ter informado que seriam dois os financiadores, ele abriu a possibilidade de recorrer ao BNDES, caso não consiga os recursos. O prazo, na verdade, já está sendo esticado: pelo edital, o depósito tem de ser feito em 72 horas, o que levaria o vencimento para quinta-feira. Por causa do jogo do Brasil, o expediente no Judiciário neste dia será encurtado. Por isso, o depósito em juízo foi estendido em mais um dia. A falta de comprovação da origem do dinheiro da NV já fez com que Ayoub adiasse duas vezes a decisão sobre a oferta do TGV. Ele afirmou ontem ter conhecido os investidores que, segundo declarou, "têm credibilidade", mas não revelou os nomes alegando que isso cabe à NV. Marsillac disse que a divulgação ocorrerá "após a concretização do negócio". No fim de semana passado, devido à falta de comprovação da origem dos recursos da NV, chegou a ser discutida a hipótese de decretar a falência continuada da Varig. Nesse período, ela manteria as operações com um consórcio liderado pela portuguesa TAP, que apoiaria financeiramente e operacionalmente a Varig até o novo leilão. Da oferta total da NV pela Varig, de R$ 1,010 bilhão, R$ 285 milhões deverão ser desembolsados em dinheiro. Outros R$ 500 milhões seriam pagos com debêntures (papéis de dívida), mas Ayoub disse que essa forma poderia não ser mais realizada porque há "liquidez" nos investimentos previstos pelo investidor do TGV. Os R$ 225 milhões restantes devem vir de créditos trabalhistas convertidos em participação acionária. Marsilac diz que se reunirá hoje com a diretoria da Varig para verificar a necessidade de implementação de um plano de contingência. Isso porque a empresa pode ter de parar 19 dos 49 aviões em operação por causa de ações judiciais de arrendadoras que pedem a sua devolução. A frota da Varig é de 60 aviões.Segundo ele, não está descartada a necessidade de corte de pessoal. A BR Distribuidora suspendeu ontem o abastecimento dos aviões da Varig. O retorno está condicionado ao pagamento à vista. A BR tentou, em vão, contato com a Varig. O TGV disse que a BR garante o combustível até hoje.

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