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27% das empresas de SP fecham no 1º ano

Segundo estudo do Sebrae-SP, em três anos, mortalidade dos negócios chega a 46%

Por Fabrício de Castro e da Agência Estado
Atualização:

De cada 100 empresas abertas no Estado de São Paulo, 27 fecham as portas ainda no primeiro ano de atividade. Essa é uma das conclusões do estudo sobre a sobrevivência e a mortalidade das empresas paulistas, divulgado nesta quarta-feira, 25, pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP). No levantamento, a taxa de mortalidade das empresas no primeiro ano de funcionamento atingiu 27%. Há 12 anos, quando o indicador passou a ser calculado, a taxa era ainda maior, de 35%.

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Os dados divulgados hoje levaram em conta uma mostra de 3 mil empresas abertas entre os anos de 2003 e 2007. Os números sobre a mortalidade no primeiro ano de atividade referem-se às empresas abertas em 2007. Na avaliação dos dois primeiros anos de atividade (empresas abertas em 2006), 37% fecharam as portas. Em três anos (empresas fundadas em 2005), 46% encerraram as atividades.

De acordo com a pesquisa, no período de quatro anos (negócios abertos em 2004), 50% das empresas do Estado de São Paulo fecharam as portas. Em cinco anos (empresas abertas em 2003), as atividades foram encerradas em 58% das empresas. Segundo o Sebrae, em 2000, quando o indicador dos primeiros cinco anos passou a ser monitorado, a taxa de mortalidade das empresas era ainda pior, de 71%. Para a entidade, apesar das reduções nos índices desde então, as taxas de mortalidade das empresas ainda são altas no Estado.

Dificuldades

Entre os motivos alegados para as falências, 18% dos empresários citaram a falta de clientes e 10% a falta de capital. Os problemas de planejamento e de administração também foram citados por 10% dos empreendedores. Outros 9% alegaram a perda do único cliente da empresa e 8% destacaram problemas com sócios.

No primeiro ano de atividade, de acordo com a pesquisa do Sebrae-SP, a principal dificuldade enfrentada foi a falta de clientes, conforme 29% dos empresários. Outros 21% citaram a falta de capital e 11% destacaram a falta de planejamento. A burocracia e os impostos foram lembrados por 7% dos empreendedores.

Apesar das dificuldades, o estudo revela uma melhora do perfil do gestor ao longo dos anos. Segundo o Sebrae-SP, 83% dos que abriram um negócio formal em 2007 possuem pelo menos o ensino médio completo - em 2000, eram 70%. Além disso, 78% abriram a empresa porque enxergaram uma oportunidade de negócio, e não apenas uma chance de sobrevivência. Em 2000, a porcentagem era de 60%. "Precisamos continuar mobilizados, ampliando esforços de capacitação em gestão empresarial", afirma Ricardo Tortorella, diretor-superintendente do Sebrae-SP. "O que conseguimos até agora foi um avanço, mas ainda está aquém das necessidades do País e dos empreendedores."

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De 1990 a 2008

Dados da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), citados pelo Sebrae-SP, mostram que entre 1990 e 2008 foram abertas no Estado 2.603.233 empresas. Nestes 18 anos, 1.650.953 empresas foram fechadas antes de completar o quinto ano de atividade.

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