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A biotecnologia e a indústria veterinária

Por Agencia Estado
Atualização:

Em boa hora, a biotecnologia abre caminho para grandes avanços no desenvolvimento de vacinas para uso veterinário. Enquanto males como a febre aftosa e a gripe aviária colocam o mundo sob atenção, pesquisadores de diversos países começam a apresentar estudos iniciais de vacinas elaboradas a partir de plantas geneticamente modificadas (GMs). No início de 2005, por exemplo, cientistas do Instituto de Virologia de Buenos Aires, na Argentina, produziram uma alfafa GM contendo um gene que expressa anticorpos contra o vírus da febre aftosa. Os primeiros testes, realizados com camundongos, demonstraram grande eficiência. Agora, há informações do uso da biotecnologia no desenvolvimento de cerca de dez diferentes vacinas na Espanha e uma na Austrália, esta podendo se tornar uma das fortes armas na luta contra a gripe aviária. O estudo, realizado pela cientista de plantas Amanda Walmsley, da Melbourne's Monash University, baseia-se na introdução de um gene do vírus H5N1 nas células de plantas de tomates. Segundo Walmsley, o gene introduzido "avisaria" as células vegetais para produzir uma proteína específica, encontrada na gripe aviária, induzindo a formação de anticorpos e efetivamente fazendo dos tomates "fábricas de vacinas". Espera-se tê-la pronta para testes até o final do ano. Os benefícios destas novas perspectivas biotecnológicas são certos e relevantes. É muito fácil explicitar argumentos cientificamente fundamentados que comprovem a segurança das vacinas transgênicas, basta descrever seus processos de desenvolvimento. Primeiro, exige-se um estudo minucioso em busca da obtenção de todas as informações do agente patogênico, o que garante prévio conhecimento de sua composição molecular. Assim, os riscos, presentes na produção convencional de vacinas, são praticamente eliminados no processo industrial, pois o elemento contaminante já não mais existirá. Deste momento em diante, lança-se mão da biotecnologia com o uso de vacinas altamente purificadas, deduzindo-se que haverá uma substancial redução de reações secundárias, como estresse, febre e prostração. Também são evidentes as vantagens da produção destas vacinas em relação às convencionais. Lista-se, assim, data de validade mais extensa; condições de armazenamento e transporte simplificados; praticidade nas formas de aplicação, geralmente por via oral; e redução considerável dos custos. Por enquanto, os primeiros passos desta nova geração de antivírus estão direcionados ao uso animal, já oferecendo grandes promessas. Em breve, certamente, elas estarão disponíveis ao homem, como todas as outras grandes descobertas da ciência. Não é de hoje que a biotecnologia vem trazendo benesses à sociedade, e as vacinas transgênicas surgem para enfileirar-se aos grandes adventos deste setor. É verdade que muito ainda há de se estudar e pesquisar, em nome da ciência e do bem-estar da humanidade. Mas o fato é que algo está se fazendo para combater os males do século XXI. E isto merece nosso reconhecimento!

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