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‘A diversidade é enriquecedora e indispensável', diz Luciana Haguiara

Agências nacionais avançaram em inclusão nos últimos anos, diz líder de criação da Media.Monks

Foto do author Fernando Scheller
Foto do author Wesley Gonsalves
Por Fernando Scheller e Wesley Gonsalves
Atualização:

A publicitária Luciana Haguiara, diretora executiva de criação da Media.Monks, foi escolhida como presidente de júri do Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade de 2022, na semana passada. Em entrevista ao Estadão, representante oficial do festival no Brasil, ela falou sobre a categoria Digital Craft, que vai liderar, e comentou as ações afirmativas promovidas por Cannes Lions e o estado da diversidade nas agências brasileiras.

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Leia, a seguir, os principais trechos da conversa:

Como se pode definir a categoria de Digital Craft para um público além da publicidade?

Participei do primeiro júri de Digital Craft, em 2016, e também no ano passado. O festival tem algumas categorias um pouco técnicas. Digital Craft celebra a arte da tecnologia, tudo o que usa a tecnologia como ferramenta. Inclui realidade aumentada, realidade virtual, inteligência artificial, plataformas e apps, vídeos pensados para o ambiente digital, animação... A ideia é encontrar as boas ideias com execução impecável.

Luciana Haguiara: Digital Craft é 'casamento' de ideia e tecnologia Foto: Divulgação

Ou seja: não pode ser a ideia pela ideia nem a tecnologia pela tecnologia?

É o equilíbrio entre o “craft” na execução e a ideia. É um olhar muito profundo: olha-se o texto, a direção de arte, o design, a experiência o usuário. A cada ano vejo a evolução não só do jeito de produzir, mas do jeito de pensar também. O metaverso sempre foi parte dessa categoria, mas neste ano a gente está no começo da conversa (sobre o tema). Acho que vem muita coisa diferente por aí.

O festival deve ser parcialmente presencial este ano. Isso faz diferença?

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Tomara que seja presencial, a gente quer o contato humano. No ano passado, no júri (remoto) em que eu trabalhei, deu tudo muito certo. Mas óbvio que, estando lá, as conversas são mais longas, é muito mais enriquecedor. Muitas vezes o argumento de um jurado para premiar uma peça é muito bom, e um shortlist (finalista) vira Leão de Ouro.

Qual sua opinião sobre a meta do festival de ter 50% do júri composto por mulheres?

Acho fundamental. Quando isso apareceu, eu ouvi as pessoas falando: “meu Deus, não vai ter gente suficiente”. E olha quanta gente tem hoje. O ponto de diversidade é enriquecedor, necessário e indispensável. Quanto mais diversa a equipe de criação, mais criativo é o trabalho. É um caminho sem volta.

E qual é a sua visão sobre a diversidade nas agências brasileiras? Ela vai além do discurso?

Pelo que estou vendo, não é só discurso – e em todos os aspectos, como raça, gênero e comunidade LGBTQIA+. Houve evolução rápida e acredito que o Brasil está na frente da maioria da América Latina. As pessoas viram que isso faz diferença, estou empolgada. No que se refere aos cargos C-level (de direção), a questão está mais adiantada no exterior. A gente está numa evolução, mas temos muito o que trabalhar.

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