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AB InBev reduz previsão de receita com resultado fraco no Brasil

Empresa teve lucro líquido US$ 557 milhões no 3º trimestre deste ano, bem menor do que o ganho de US$ 1,38 bi no mesmo período do ano passado

Por Dayanne Sousa
Atualização:
Após a divulgação do balanço, o executivo-chefe da AB InBev, o brasileiro Carlos Brito, comentou que os resultados do terceiro trimestre foram "decepcionantes" e que a empresa está enfrentando um dos anos mais difíceis no Brasil na última década. Foto: David W Cerny|Reuters

AMSTERDÃ - A Anheuser-Busch InBev (AB InBev), controladora da AmBev no Brasil, divulgou nesta sexta-feira, 28, que teve lucro líquido de US$ 557 milhões no terceiro trimestre do ano, bem menor que o ganho de US$ 1,38 bilhão obtido em igual período de 2015, devido a custos financeiros relacionados à aquisição da SABMiller, avaliada em mais de US$ 100 bilhões.

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A revisão para baixo foi atribuída ao Brasil, onde os resultados do último trimestre foram "muito fracos". Segundo a AB InBev, os volumes de cerveja vendidos no mercado brasileiro tiveram queda anual de 4,1% no terceiro trimestre, enquanto a receita local diminuiu 6,8%.

A Ambev revisou para baixo sua meta (guidance) de crescimento de receita no Brasil pela segunda vez este ano. A fabricante de bebidas afirma que não mais acredita que sua receita no País deverá ficar estável ante o ano passado.

A companhia diz esperar que o ambiente de consumo permança desafiador no Brasil no quarto trimestre. A Ambev avalia ainda que os volumes da indústria de bebidas seguem fracos e ressalta que o quarto trimestre de 2015 representa uma base de comparação difícil.

As projeções da Ambev para as vendas no Brasil foram sendo reduzidas ao longo no ano. No início de 2016, a expectativa era crescimento de receita entre um dígito médio e um dígito alto. Passado o primeiro semestre, a companhia revisou sua expectativa para estabilidade ante 2015 e agora reduz a previsão novamente.

A receita líquida da Ambev no Brasil acumula uma queda de 3,1% entre janeiro e setembro deste ano, atingindo R$ 17,312 bilhões. A empresa manteve seus outros guidances para as operações brasileiras, repetindo previsões anteriores para custos, despesas e investimentos.

A expectativa da fabricante para o Custo de Produto Vendido (CPV) no Brasil é de crescimento entre um dígito médio e um dígito alto no ano, excluindo depreciação e amortização.

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Para as despesas com vendas, gerais e administrativas, excluindo depreciação e amortização no Brasil, a Ambev projeta crescimento de um dígito baixo no ano.

A Ambev ainda reafirmou que o Capex no Brasil será inferior aos níveis de 2015. No ano passado, o investimento no Brasil foi de R$ 3,1 bilhões.

"O Brasil atravessa um delicado momento político e macroeconômico, trazendo uma significativa volatilidade para os nossos resultados operacionais", comentou a companhia. "Apesar disso, permanecemos totalmente confiantes com as oportunidades de crescimento no país", conclui o texto. 

Após a divulgação do balanço, o executivo-chefe da AB InBev, o brasileiro Carlos Brito, comentou que os resultados do terceiro trimestre foram "decepcionantes" e que a empresa está enfrentando um dos anos mais difíceis no Brasil na última década. 

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A empresa de bebidas, que tem sede na Bélgica, agora espera que o crescimento da receita por hectolitro neste ano fique em linha com a inflação. Anteriormente, a AB InBev previa que a receita avançaria mais rápido do que a inflação.

O volume total de vendas da AB InBev recuou 0,9% na mesma comparação, a 121 milhões de hectolitros. A receita nominal global caiu 2%, a US$ 11,1 bilhões, e a orgânica cresceu 2,8%, mas ficou aquém da expectativa de analistas.

A compra da SABMiller, que foi concluída neste mês, fortaleceu a posição da AB InBev como uma gigante do setor cervejeiro, com cerca de 27% do volume global. A aliança reduziu a dependência da AB InBev em relação aos EUA e ampliou sua exposição à África, um dos mercados de cerveja que mais crescem no mundo./COM DOW JONES NEWSWIRES

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