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Abate de bovinos no Brasil cai pela 1a vez em um 1o tri desde 97

Por ROBERTO SAMORA
Atualização:

O abate de bovinos no Brasil no primeiro trimestre de 2008 caiu 10,1 por cento em relação ao mesmo período de 2007, para 7,15 milhões de cabeças, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Esta queda no volume de animais abatidos interrompe uma tendência de crescimento do abate bovino no primeiro trimestre observada desde o início da pesquisa em 1997", informou o IBGE em um comunicado. Em relação ao quarto trimestre de 2007, o abate de bovinos caiu 3,1 por cento, "refletindo a baixa disponibilidade de boi gordo para os frigoríficos". A oferta de animais se reduziu no Brasil após anos de abates de matrizes, resultado de preços baixos da arroba do boi, o que levou pecuaristas a realizarem descarte das vacas. Agora, num mercado mais apertado, o preço da arroba do boi se recuperou, quase dobrando em relação a 2007, e se encontra em patamar dos mais elevados. Entre os meses do trimestre abordado, março apresentou a maior queda no número de animais abatidos, de 17,6 por cento, em relação ao ano anterior. A queda no abate de bois foi de 9,6 por cento em relação ao mesmo trimestre de 2007, para 3,37 milhões de cabeças. Já a redução no abate de vacas foi de 8,7 por cento ante o primeiro trimestre de 2007, para 2,81 milhões de cabeças, contra mais de 3 milhões abatidas no primeiro trimestre de 2007. No entanto, o abate de vacas nos três primeiros meses de 2008 subiu 24,4 por cento em relação ao quarto trimestre de 2007, quando 2,26 milhões de animais foram abatidos. Os Estados de Mato Grosso, São Paulo e Mato Grosso do Sul, que juntos representaram 38,8 por cento do total de animais abatidos no primeiro trimestre, "registraram também as maiores reduções no volume de abate, em valores absolutos, totalizando menos 567,5 mil animais abatidos". Nesse mesmo período, o Rio Grande do Sul apresentou a maior redução relativa (-22,7 por cento). Ainda nessa comparação, a região Nordeste foi a única a registrar aumento no abate (5,3 por cento), influenciado pelo resultado da Bahia (7,3 por cento), maior produtor de carne bovina da região. As exportações no maior "player" do mercado global de carne bovina seguiram a queda nos abates. De acordo com o IBGE, "observou-se redução do volume exportado de 27,6 por cento no primeiro trimestre de 2008, em relação ao mesmo período de 2007". De outro lado, o faturamento dos exportadores aumentou 5,2 por cento, com o preço médio da tonelada de carne bovina subindo de 3.528 dólares no período contra 2.426 dólares em 2007, de acordo com o governo. ABATES DE SUÍNOS E FRANGOS SOBEM No primeiro trimestre de 2008, o abate de 1,184 bilhão de frangos representou aumento de 12,2 por cento, ante o mesmo período de 2007 e crescimento de 3,2 por cento em relação ao quarto trimestre do ano passado, o que também acompanhou as vendas externas do produto do Brasil, que domina o mercado internacional de aves. "Houve aumento de 12,6 por cento na comercialização externa de frangos no primeiro trimestre de 2008... Nessa mesma comparação, o faturamento cresceu 47,1 por cento", com a alta do preço para 1.233 dólares por tonelada. Em relação aos suínos, foram abatidos 6,824 milhões de animais, representando aumento de 2,7 por cento em relação ao mesmo período de 2007 e queda de 2 por cento ante o quarto trimestre de 2007.

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