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Abertura para frango é maior conquista de Lula na China

Pressão brasileira por venda de aviões da Embraer ao país asiático não surtiu resultados concretos

Por Cláudia Trevisan e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

A promessa dos chineses de que cumprirão de maneira imediata o compromisso assumido em fevereiro de abrir seu mercado para a carne de frango brasileira foi a principal conquista comercial da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, que se encerra nesta quarta-feira, 20.

 

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A pressão em favor da venda de aviões da Embraer não surtiu resultados concretos e as autoridades de Pequim afirmaram que a suspensão nas entregas se deve ao impacto da crise financeira global sobre as empresas aéreas.

 

Segundo o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, Lula levantou a questão da Embraer no encontro que teve com o presidente da China, Hu Jintao, e também tratou do assunto com outras autoridades de Pequim.

 

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que os chineses não se comprometeram a comprar os aviões, mas ressaltou que a suspensão foi atribuída a uma questão conjuntural e não permanente. "Isso significa que as vendas podem ser retomadas no futuro, só não sabemos a que ritmo", declarou em entrevista coletiva na noite de ontem.

 

O objetivo da Embraer é destravar a venda de 45 aviões E-190 que foram encomendados pela Kun Peng Airlines em 2007. Na época, as duas empresas assinaram contrato de venda de 50 jatos E-190, no valor de US$ 2 bilhões, mas o governo chinês aprovou a entrega de apenas cinco aeronaves.

 

O presidente da companhia brasileira, Frederico Curado, se queixou na tarde desta terça de que a Embraer enfrenta mais restrições à venda de seus aviões na China do que as impostas pelas autoridades de Pequim às aeronaves fabricadas por Boeing e Airbus.

 

Ao mesmo tempo em que autorizou a importação imediata de frango brasileiro, o governo chinês se comprometeu a reconhecer como livres de febre aftosa os Estados brasileiros que tenham recebido essa classificação da Organização Internacional de Epizootias. Mas a efetiva liberação da importação depende do envio de missões chinesas ao Brasil e da habilitação de frigoríficos para exportação, em um processo que pode durar meses.

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O mercado mais cobiçado pelos produtores nacionais, o de carne de porco, segue fechado. As duas partes vão continuar a negociar no segundo semestre. "Infelizmente, ainda não foi desta vez que conseguimos abrir o mercado chinês para a carne suína nacional", disse em nota à imprensa Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

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