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Abic prevê safra de até 48 mi sacas de café e aperto na oferta

Por ROBERTO SAMORA
Atualização:

A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) prevê uma aumento na safra 2008/09 para um intervalo de 46 milhões a 48 milhões de sacas, contra 33,7 milhões de sacas (60 kg) oficialmente estimadas em 2007/08. Segundo um comunicado divulgado nesta segunda-feira pela Abic, mesmo com o aumento considerável da safra --no período de alta no ciclo bienal de produção do café arábica--, a oferta será apertada neste ano-safra, em função da queda nos estoques após o ano de baixa na colheita e pelo aumento do consumo no país. "Não teremos excedentes de grãos", disse o presidente da Abic, Guivan Bueno, lembrando que a safra "deverá ser inteiramente demandada pela exportação e pelo consumo interno". O presidente da Abic ressaltou que "os estoques físicos brasileiros estão muito baixos e devem chegar em março nos menores níveis das últimas décadas". De acordo com a Abic, para 2008, somando-se o consumo interno com as exportações, estimadas em torno de 28 milhões de sacas, tem-se uma demanda total de 46 milhões de sacas --número mais baixo do intervalo da estimativa. A Abic estimou nesta segunda-feira o consumo de café no Brasil entre novembro de 2006 e outubro de 2007 em 17,1 milhões de sacas, crescimento de 4,74 por cento em relação ao período anterior. Segundo a associação, "o mercado brasileiro de café continuará crescendo de forma acentuada e consistente". Para 2008, a Abic espera uma alta no consumo para 18,1 milhões de sacas, com vendas alcançando 6,8 bilhões de reais. Em 2007, as vendas alcançaram 6,4 bilhões de reais. A entidade mantém a sua estimativa de que o consumo nacional atingirá 21 milhões de sacas em 2010. "Vamos incrementar e consolidar o mercado de cafés superiores, gourmet e especiais", disse o presidente da Abic, lembrando que a melhora na qualidade do produto é um dos fatores que impulsiona o consumo. SAFRA 08/09 Na terça-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulga a primeira estimativa da safra 2008/09. Antes de uma seca que atingiu as principais regiões produtoras do Brasil, por cerca de três meses no segundo semestre do ano passado, acreditava-se que o Brasil poderia colher mais de 50 milhões de sacas, estabelecendo novo recorde de produção. No entanto, o tempo seco atrasou e prejudicou a florada em muitas regiões, especialmente no sul de Minas Gerais, a principal área produtora. Carlos Paulino da Costa, presidente da Cooxupé, a maior cooperativa cafeeira do Brasil, com sede em Guaxupé (sul de MG), disse que antes da seca havia a expectativa de se colher mais em 2008. "A previsão para 2008 está abaixo (do potencial), havia uma expectativa para 20 por cento a mais. Mesmo assim, a Cooxupé estima receber de seus cooperados um volume de café de 4,4 milhões de sacas neste ano de alta do ciclo do arábica, contra 2,6 milhões de sacas na temporada passada, ano de baixa do ciclo da lavoura.

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