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Abilio Diniz deixa o Pão de Açúcar

Empresário chegou a um acordo com o francês Casino, colocando fim a uma disputa que se arrastava há três anos

Por Suzana Inhesta e Vanessa Stecanella
Atualização:

Atualizado às 19h30

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SÃO PAULO - O empresário Abilio Diniz chegou a um acordo com o francês Casino e deixou o Grupo Pão de Açúcar. "É com emoção que renuncio hoje ao conselho do GPA. Encerro uma história de sucesso", disse Abilio nesta sexta-feira, durante coletiva de imprensa.

O acordo firmado entre ambos coloca fim a uma das disputas mais conhecidas no meio corporativo e que se arrasta há pelo menos três anos.

Abilio

disse que é "preciso ter sabedoria para aceitar as mudanças", em alusão à tomada de controle da varejista pelo Casino. "Quero ser hoje melhor do que ontem, amanhã melhor que hoje. E vai ser assim sempre, é assim que eu vivo." E ainda destacou: "os dois últimos anos não foram fáceis e hoje, com alegria, encontramos uma solução suficientemente boa para todos".

O empresário firmou o acordo com Jean Charles Naouri, presidente do Casino, nesta sexta-feira, no escritório dos seus advogados, e na sequência esteve na sede do GPA para se despedir da direção executiva da companhia. "Estive no prédio hoje e lá dentro o coração doeu. Fiz uma curta despedida da Direx, mas espero me encontrar com todos na segunda-feira em uma plenária", disse.O Grupo Pão de Açúcar foi fundado pelo pai de Abílio Diniz, Valentim dos Santos Diniz, em 1948. A partir de uma doceira, o imigrante português construiu uma das maiores redes de varejo do País.  Hoje, o grupo tem mais de 1,5 mil lojas - distribuídas em 19 Estados e no Distrito Federal - e faturou R$ 77 milhões no segundo trimestre de 2013.

Carrefour. A relação entre Abilio Diniz e Naouri ficou abalada desde a frustrada tentativa do brasileiro de se unir ao Carrefour em 2011. Apesar dos desentendimentos, em junho de 2012, conforme previa o acordo de acionistas, Abilio Diniz transferiu o comando do grupo para o Casino.

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Diniz afirmou que, desde meados de 2012, percebeu que não teria como dar continuidade à sociedade. "Não foi fácil admitir a ideia de me desprender do meu negócio. O acordo celebrado hoje extingue todas as obrigações do acordo da Wilkes. Estou livre. Troquei todas as ações ON da Wilkes por PN do GPA e posso vendê-las a qualquer momento. Mas não pretendo vender ainda, pois acredito que o GPA é uma empresa sólida, uma máquina. Considero o investimento no Grupo Pão de Açúcar um grande investimento. o GPA é um transatlântico que navega em águas tranquilas", ressaltou.

Conflitos. O Casino também questionava a existência de conflito no acúmulo de funções por parte de Diniz, já que ele presidia desde abril deste ano os conselhos de administração do GPA e da BRF, um dos maiores fornecedores da varejista.

Segundo Diniz, as regras de competição agora caíram, assim como as demais obrigações. "Estou pronto para enfrentar novos desafios, novos investimentos. Por hora, continuo com um monte de projetos na BRF e com a Tarpon." Ele explicou também que os processos de arbitragem na Câmara Internacional envolvendo a sociedade entre os empresários brasileiro e francês serão extintos junto com o Acordo da Wilkes.

O grupo francês entrou duas vezes com pedido de arbitragem contra Diniz na Câmara de Comércio Internacional. A primeira vez foi em 2011, após informações de que o Pão de Açúcar estaria negociando uma fusão o Carrefour sem seu aval. E a segunda foi em maio de 2013, após Abilio assumir o conselho da BRF.

(Com informações de O Estado de S. Paulo)

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