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Ação do BTG Pactual é precificada em R$ 31,25

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Por Aline Bronzati (Broadcast) e ALTAMIRO SILVA JÚNIOR E SILVIA ARAÚJO
Atualização:

As Units do BTG Pactual foram precificadas a R$ 31,25 cada, possibilitando ao banco de André Esteves captar até R$ 3,656 bilhões na maior oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da bolsa brasileira desde 2009. As informações foram enviadas nesta terça-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Conforme adiantado pela Agência Estado, o valor saiu no centro da faixa inicialmente sugerida, de R$ 28,75 a R$ 33,75, e em linha com as previsões do mercado, que apontavam precificação a partir do meio do intervalo para cima.Foram registrados na CVM 117 milhões de units. Foram colocados os lotes principal, suplementar e parte do adicional. Caso o lote suplementar não seja exercido em até 30 dias, a oferta pode ser reduzida em R$ 421,9 milhões. O prazo de exercício do lote suplementar começa em 26 de abril e se estende até 25 de maio.O primeiro banco de investimento a listar ações no Brasil deve chegar à Bolsa com um valor de mercado entre R$ 27 bilhões e R$ 28 bilhões, segundo cálculos de uma fonte próxima à operação. Nem mesmo a chiadeira de preço por parte dos investidores locais, que julgavam o BTG "caro", e a multa do órgão regulador italiano (Consob) a André Esteves, por uso de informação privilegiada, impediram uma forte demanda pelos papéis."Houve bastante interesse de investidores estrangeiros que veem no BTG um veículo para participar do crescimento do mercado de capitais brasileiro", avalia um executivo com conhecimento na operação.Segundo fontes, as reservas passaram dos R$ 16 bilhões, sendo que a maior parte ficou entre o piso e o meio. As fontes também observaram que havia demanda para fechar a operação na ponta mais alta do intervalo do preço sugerido, porém a estratégia foi garantir uma boa estreia na quinta-feira no pregão das bolsas brasileira e holandesa.Vários fatores, na opinião de fontes do mercado, garantiram o sucesso do IPO do BTG. O primeiro deles é o nome do presidente da instituição, André Esteves, que por si só já atrai investidores do mundo inteiro. "O banco tem nome, sobrenome e histórico e por esses motivos atraiu o interesse tanto dos investidores institucionais quanto dos de varejo", disse uma fonte do mercado.Além disso, quando se comparam os múltiplos do BTG Pactual aos dos bancos de investimento estrangeiros, a instituição brasileira leva vantagem. Instituições tradicionais e conhecidas como os americanos Goldman Sachs e Morgan Stanley estão sendo negociadas a um preço bem próximo do valor patrimonial ou até abaixo do patrimônio, devido aos reflexos da crise financeira mundial.Dentre os diferenciais do BTG Pactual, analistas destacam que o banco vem diversificando suas operações, expandindo-se internacionalmente e crescendo. De 2009 a 2011, o lucro aumentou 19% ao ano. O banco de André Esteves tem atuação expressiva no mercado de capitais, um braço forte que compra participação em empresas, está reforçando a atuação no varejo por meio do PanAmericano e ainda criando uma seguradora.O que também contribuiu na precificação do IPO do BTG, segundo fontes, foi a imposição de cláusulas que visam garantir a estrutura societária do BTG, mesmo após a abertura de capital. Diferentemente de outros bancos de investimento globais, se, a qualquer tempo e por qualquer razão, os sócios do banco decidirem se desfazer dos seus papéis terão de vendê-los pelo valor contábil em vez do valor de mercado ou justo. "Os sócios vão permanecer na instituição para fazê-la crescer e ainda mais focados no negócio. Eles só terão lucro se o BTG for bem, independentemente do valor da ação. Isso valorizou o IPO", observa um executivo de uma gestora de recursos.As Units e as Units Alternext do banco de André Esteves estreiam no Nível 1 de governança corporativa da BM&FBovespa e na Euronext Amsterdam, na Holanda, nesta quinta-feira, com o código BBTG11. A data de liquidação dos papéis é 30 de abril. O coordenador líder da operação foi o próprio BTG Pactual, ao lado de Bradesco BBI, Goldman Sachs e JP Morgan.

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